Grupo Mundiá Carimbó reafirma trabalho de 10 anos no álbum “Meu bem de Belém”

O projeto e grupo musical Mundiá Carimbó lançou ao público o álbum ‘Meu bem de Belém’, que já está disponível nas plataformas digitais. Em 2026, o conjunto completou 10 anos de existência e também apresenta o espetáculo musical com o mesmo nome.

Com todas as faixas produzidas pelo músico e compositor Manoel Cordeiro, o álbum traz referências da música latina amazônica, partindo do carimbó raiz e da guitarrada instrumental como alicerces para dialogar com outros ritmos afro-caribenhos, como zouk, cumbia e bolero.

Segundo texto de divulgação da banda, o álbum pode ser entendido como uma legítima expressão da música popular brasileira com referência amazônica, apresentando várias canções inéditas e autorais que falam, de forma simbólica, sobre a relação do homem com a encantaria amazônica e suas conexões contemporâneas.

“É muito importante celebrar esses mestres em vida, como Manoel Cordeiro, Ronaldo Silva, Alan Carvalho, André Nascimento, todos presentes no álbum”, diz o fundador Rudrigo Braga.

Segundo o músico, as composições autorais foram sendo amadurecidas ao longo dos últimos anos junto ao público cativo que se identifica com o legado do carimbó como patrimônio imaterial. É neste contexto que se percebe a necessidade de realizar este projeto de registro fonográfico do Mundiá, sendo importante para atingir camadas ainda maiores com objetivo de manter nossas raízes ainda mais fortes. “A banda surge do desejo de dialogar com as raízes amazônicas. Existia uma sensação de que o Brasil não conhecia esse seu lado”, comenta Rudrigo.

O grupo parte do carimbó para dialogar com outras rítmicas que fazem a trilha sonora amazônica, como o lundu marajoara, a cumbia, zouk e o brega. O projeto Mundiá Carimbó é realizado através do Edital de Chamada Pública Fluxos Fluminenses Nº 06/2024 da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.

O álbum

A gravação do novo álbum do Grupo Mundiá Carimbó reuniu diferentes territórios, gerações e sonoridades da música brasileira. A banda é formada por Fernanda Echuya (coro e percussão), Joana Marinho (voz e percussão), João Guaiamum (voz e guitarra), João Victor Pinheiro (bateria e percussão), Rudrigo Braga (voz, banjo e baixo) e Xan Lucato (percussão e coro), além de contar com participações especiais de Jerome Charlemagne e Marcelo Cardoso nos saxofones, Manoel Cordeiro na guitarra, teclados e baixo, e dos cantores Ronaldo Silva e André Nascimento.

Com produção musical e arranjos assinados por Manoel Cordeiro, o álbum foi gravado em diferentes estúdios do país, refletindo a diversidade de influências do projeto. As sessões passaram pelo Estúdio Nos Trilhos, no Rio de Janeiro, com Maurício Calmon e Leonardo Vieira; pelo Guaiamumm Records, em Paraty, sob comando de João Guaiamum; pelo Índigo Estúdios, em São Paulo, com Klaus Senna; e, em Belém, pelo Estúdio Z, com Tiago Albuquerque, e pelo Estúdio MC da Amazônia, conduzido pelo próprio Manoel Cordeiro. A mixagem ficou a cargo de Klaus Senna e a masterização foi realizada por Felipe Tichauer.

A identidade visual do álbum também reflete o cuidado coletivo do projeto: as fotografias são de Phelipe Paraense, a arte gráfica foi desenvolvida por João Victor Pinheiro, e a produção executiva é assinada por Indiara Castanheira, da Gira Cultural. O resultado é um registro que reafirma o Mundiá como um grupo comprometido com a tradição do carimbó, ao mesmo tempo em que expande seus limites estéticos por meio de parcerias e processos criativos compartilhados.