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Gidalti Jr. comenta sobre inclusão da categoria ‘quadrinhos’ no Prêmio Literário Biblioteca Nacional

A novidade foi anunciada pelo presidente da Fundação Biblioteca Nacional durante a premiação de 2023. O quadrinista também revela planos para 2024.

Lívia Ximenes
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A partir de 2024, o Prêmio Literário Biblioteca Nacional conta com duas novas categorias: ilustração e quadrinhos. A novidade foi anunciada por Marco Lucchesi, diretor da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MC).

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Antes da atualização, o prêmio possuía 10 categorias, sendo elas poesia, romance, conto, ensaio social, ensaio literário, tradução, projeto gráfico, literatura infantil, literatura juvenil e histórias de tradição oral. Em cada uma, os ganhadores receberem R$ 30 mil como prêmio.

Confira a cerimônia da premiação 2023

Gidalti Jr., quadrinista paraense e vencedor da CCXP Awards com "Brega Story" e Prêmio Jabuti de HQs com "Castanha do Pará", acredita que a inclusão dos quadrinhos como categoria no Prêmio Literário Biblioteca Nacional reforça o poder e o grande alcance desse formato. “Tem uma importância no sentido de fomentar ainda mais a produção, de prestigiar todo mundo que trabalha com histórias em quadrinhos, todos os editores, as casas de edição, os autores, as autoras, os roteiristas”, fala.

Apesar da grande presença de quadrinistas no cenário paraense e brasileiro, ainda é necessário solidificar mais a indústria e a cadeia de produção, segundo Gidalti. Ele afirma que sente falta de um mercado mais firme. “Obviamente, existem autores, editoras que conseguem tirar o sustento, fazer essa roda girar, mas ainda enxergo um cenário, apesar do boom criativo e do boom de quantidade e qualidade, de bastante dificuldades mercadológicas. Acho que a gente precisa pensar em estratégias para desenvolver o mercado, para desenvolver uma cadeia de consumo de quadrinhos no Brasil e, obviamente, também mais iniciativas públicas para o incentivo da produção das histórias em quadrinho”, diz.

Gidalti acredita que o poder público é um grande impulsionador de quadrinistas quando promove editais. O artista, inclusive, cita a Biblioteca Arthur Viana, o Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves (Centur) e a Fundação Curro Velho como instituições paraenses importantes e prestativas para o universo das histórias em quadrinhos (HQs).

“Feiras de quadrinhos, subsídio a autores iniciantes, até mesmo autores experientes, precisa ser um pouco mais intenso por parte da prefeitura, do governo, do Estado”, aponta Gidalti. Ele também reforça que é preciso autores e artistas demonstrarem engajamento e dedicação, com qualificação e cobrança ao poder público.

Àqueles que estão iniciando a carreira no universo das HQs ou desejam começar, Gidalti aconselha qualificação artística, estudos, práticas e crescimento pessoal. “Esse processo de crescer em vários aspectos, no aspecto humano e no aspecto profissional, exige dedicação e tempo, e, consequentemente, acho que o meu conselho-chave é a paciência”, destaca. O artista revela que a paciência é algo diferencial e essencial para quem trabalha com quadrinhos.

“Histórias em quadrinhos às vezes tomam muito tempo, dá muito trabalho. A gente trabalha às vezes um ano para uma leitura de 20 minutos. Então, é importante ter essa paciência e enxergar sempre a longo prazo”, aconselha.

Para 2024, Gidalti pretende avançar e concluir seu novo projeto: uma novela gráfica. A obra se passa em um garimpo no Pará, na região amazônica entre estados vizinhos.

Confira a lista de vencedores do Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2023

  • Prêmio Alphonsus de Guimaraens (poesia): "Harsíese", de Jacyntho José Lins Brandão. Editora Patuá.
  • Prêmio Machado de Assis (romance): "Penélope dos trópicos", de Luciana Hidalgo. Editora do Silvestre.
  • Prêmio Clarice Lispector (conto): "Desmoronamentos", de Micheliny Verunschk Pinto Machado. Martelo Casa Editorial.
  • Prêmio Sérgio Buarque de Holanda (ensaio social): "Arrabalde: Em busca da Amazônia", de João Moreira Salles. Companhia das Letras.
  • Prêmio Mário de Andrade (ensaio literário): "A ideologia modernista: a Semana de 22 e sua consagração", de Luís Augusto Fischer. Todavia.
  • Prêmio Paulo Rónai (tradução): "Sátántangó, de László Krasnahorkai". Grupo Companhia das Letras. Tradução de Paulo George Schiller.
  • Prêmio Aloísio Magalhães (projeto gráfico): "Sonetos de Birosca e poemas de terreiro", de Leonardo Coutinho Iaccarino. Editora José Olympio.
  • Prêmio Sylvia Orthof (literatura infantil): "Amanhã", de Lúcia Kioko Hiratsuka. Grupo Companhia das Letras.
  • Prêmio Glória Pondé (literatura juvenil): "Meu amigo Pedro", de Tadeu de Melo Sarmento. Abacatte Editorial.
  • Prêmio Akuli (histórias de tradição oral): "Jenipapos - Diálogos Sobre Viver", Organização de Daniel Munduruku, Darlene Yaminalo Taukane, Isabella Rosado Nunes e Mauricio Negro. Autoria Coletiva: Ailton Krenak, Alik Wunder, Allan da Rosa, Angela Dannemann, Beleni Grando, Bruno Kaingang, Conceição Evaristo, Cristine Takuá, Daniel Munduruku, Darlene Yaminalo Taukane, Dona Liça, Dona Vanda Pajé, Edson Kayapó, Eliane Potiguara, Isabella Rosado Nunes, Mauricio Negro, Trudruá Dorrico, Yaguarê Yamã. Editora MINA Comunicação e Arte.

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão do Coordenador de Cultura, Abílio Dantas)

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