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Falcon: o cupido da noite de Belém que já ajudou a formar vários casais

O Liberal traz uma série com os personagens que fazem parte da história da noite de Belém

Bruna Lima
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Ao sair pela noite de Belém, esbarramos em algumas figuras que já são icônicas e que fazem parte da vida noturna da cidade. É aquela figura com quem quase todos têm uma história para contar. Afinal, quem nunca foi barrado ou sabe de alguém que foi pela segurança conhecida como "Ruth Diva"? E quem já flutuou por salões de festas dançando com o senhor que sempre usa chapéu Panamá, "O seu Godô"? Tem também aqueles que já revelaram segredos ao comprar bombons ou cigarros com a Socorro, que muitos chamam de "Help".

 

 

O Liberal resolveu apresentar uma série com personagens da noite de Belém para conhecer essas pessoas que fazem parte da história de muita gente. Para dar início à série, conversamos com o José Luiz dos Santos, 55,  também conhecido por "Falcon", o vendedor de flores que circula por bares, boates e restaurantes badalados de Belém, há 37 anos.

Além de vender amor, sedução e encantamento, Falcon possui um repertório afiado sobre os locais que fazem e fizeram história na vida noturna da capital. Um dos exemplos é a boate Gemini Drive, onde sua história com a venda de flores começou. "Meu cunhado vendia flores e nesse momento eu tive a ideia de fazer a venda pela noite, foi quando eu conversei com o doutor Camilo Salgado e ele autorizou a venda na Gemini" , recorda. A partir daí, ele resolveu transitar por diversos locais e já atravessa gerações. "A turma dos 50 anos até essa geração mais jovem, que frequenta as baladas, já deve ter cruzado comigo", pontua.

O vendedor já fez a alegria dos casais em casas que marcaram época como Kalamazoo, boate Casa Blanca, Zepelling Club e tantos outros espaços que fizeram história na cidade. Falcon diz que a alquimia entre a noite e as flores lhe contagia até hoje e  lhe impossibilita de mudar de ramo. 

"Em dois momentos da minha vida já tentei mudar de ramo e partir para outras atividades de dia mesmo, mas não deu, foi mais forte que eu. A noite tem seus encantamentos. É um mundo diferente, quem trabalha na noite sabe. Eu acredito também que trabalhar na noite não seja para qualquer um. Temos que saber abordar as pessoas, tem que saber se comportar, tem que ter confiança dos proprietários. Graças a Deus, durante esses 37 anos, eu não lembro de um dono de casa noturna que tenha impedido de eu entrar para fazer minha venda", relembra Falcon que trabalha de acordo com a agenda noturna da cidade. Ele sabe o dia e os locais que "bombam" para fazer sua peregrinação. " Eu saio de casa às nove horas da noite, como moro na Augusto Montenegro e venho de ônibus, já chego aqui pelo centro quase umas dez horas. E a partir daqui já começo a caminhada", explica o vendedor de flores.

Atualmente, a base inicial do Falcon, que é por onde ele inicia a venda, é avenida Doca de Souza Franco, local com aglomerado de bares e restaurantes da cidade. "Eu passo pelo Roxy, pelo Manga Jambu, Empório e por aí vou percorrendo por todos os lugares", descreveu o personagem. Muitos o chamam até de 'onipresente', pois a impressão é de que ele está em vários lugares ao mesmo tempo.

Cupido - E é com essas andanças que Falcon vai colecionando amigos e histórias. Em vários momentos, já foi apresentado para os filhos de casais que ele acompanhou o início da relação. “É muito curioso, pois há anos eu passei por determinados lugares, que estavam se formando casais. E depois de anos, esses casais me encontram e já me apresentam aos filhos. É uma sensação bem legal”, reflete o personagem da noite.

Outra história que marcou a trajetória do vendedor de flores foi de um dos seus antigos clientes. O consumidor de flores teve uma filha fora do casamento e contratou Falcon para todos os dias levar uma rosa no prédio onde a filha morava. “Todos os dias eu levava uma rosa para a filha dele, passei um tempo fazendo isso. E esse cliente me marcou, pois ele dividia um pouco sobre a vida dele comigo”, recorda.

Falcon diz que todos os dias sai de casa com quase 100 rosas, mas nem sempre consegue fazer a venda completa. E ele faz questão de falar que o principal propósito não é vender tudo, pois o seu trabalho lhe dá outras satisfações além do dinheiro. “Não se trata apenas de dinheiro, claro que fico feliz em realizar a minha venda, mas é além disso. Aqui nesse trabalho, eu converso com as pessoas, coleciono histórias e tenho satisfação em fazer o que eu faço”, confessa.

O vendedor de rosas tem duas filhas e cinco netos e, apesar de ser cupido de vários casais, mora sozinho e diz que quer seguir colecionando histórias de amor pelas noites de Belém. Para esse cupido, a flecha vem em formato de rosa.

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