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Espetáculo Guiomar traz personagem com a história do Brasil

Grupo Palha apresenta espetáculo "Guiomar" em live neste sábado (27)

Redação Integrada

Um resgate do passado para refletir sobre o presente com uma professora de história militante, feminista e bem humorada. Essa é a melhor descrição para o espetáculo “Guiomar”, do Grupo de Teatro Palha, que será transmitido em live hoje (27), a partir das 20h, pelo Facebook do grupo. O solo com a atriz Luana Oliveira e direção de Paulo Santana foi contemplado pelo Prêmio Preamar de Cultura e Arte do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

Ao longo de mais de 40 anos de atuação na cena artística de Belém sempre esteve atento a refletir sobre o momento histórico. Partindo do texto “Guiomar sem rir sem chorar”, da dramaturga paraibana Lourdes Ramalho, todo escrito em literatura de cordel, a peça conta a história de Guiomar, uma professora de história em situação de miséria, que percorre o Nordeste do Brasil desde sua descoberta, até os idos dos anos 70, revelando a história não contada do Brasil com tons grotescos, humor e drama.

“O que mais me chama a atenção na Guiomar é a personalidade dela. É cheia de trejeitos, é uma personagem escrachada e cafona, uma professora de história em situação de miséria, mas ela representa o primeiro grito feminista. É uma personagem caracterizada justamente na década de 70, a autora do texto Lourdes Ramalho dá para Guiomar um engajamento muito grande”, adianta a atriz Luana Oliveira, de 24 anos.

A personagem foi um desafio na carreira da atriz que apresenta o primeiro solo. As duas têm personalidades completamente diferentes. “A personagem é muito divertida. Ela é completamente diferente de mim, é mais velha, com um peso nas costas, uma personagem de experiência. Para mim é uma honra fazer essa personagem, ela me chamou muito a atenção por ser uma personagem leve, porque apesar de falar de assuntos muito importantes, assuntos muito sérios traz esse tom cômico e de leveza que dá um ar bacana para o espetáculo”, garante.

A escolha do texto neste momento procura resgatar uma dramaturgia com tantas referências históricas e que explicita especialmente o período da ditadura militar. A peça é um convite para o público revisitar o passado e entender as questões relacionadas ao presente sociopolítico.

“Acho que o público deve assistir o espetáculo justamente porque é uma aula de história completa, não só de história, mas de outras matérias. A Guiomar faz um passeio por vários Estados do Brasil, conta a história da década de 70. Tem informações importantíssimas e que apesar do espetáculo se passar em uma década antiga, as coisas não mudaram tanto. Teatro também é aprendizado e educação, assistir a Guiomar é um estalo de reflexão. Adoraria que as pessoas assistissem e refletissem sobre o nosso período político”, espera a protagonista.

A peça também se propõe a pensar o papel do teatro nestes tempos de pandemia e o futuro em uma sociedade cada vez mais imediatista. A estreia será em uma live, porém o grupo já visa uma temporada presencial assim que for possível. “O teatro é único, não se iguala às novas tecnologias, cada atuação, mesmo quando repetida, nunca vai ser idêntica. O teatro surpreende por ser, de geração em geração, uma forma de comunicar, informar e contar histórias”, destaca o diretor e fundador do grupo, Paulo Santana.

Launa não esconde o fato desafiador de que a estreia neste novo formato para internet deixa os atores inseguros. O artista acostumado a sentir a plateia ao vivo, olhar no olho e quase apalpar as emoções do público pode sentir medo de um ambiente totalmente diferente. “Quando se fala em live um espetáculo apresentado ao vivo, nós artistas entramos em pânico. Nós estamos acostumados a sentir o público e a viver com ele. Teatro é algo ao vivo. Através da câmera pode até passar uma energia, mas não é a mesma energia”, assegura.

O texto que resgata uma parte do histórico do Brasil de maneira profunda faz com que o grupo olhe para a própria história de resistência na cena artística da capital paraense. “Manter um grupo de teatro que foi criado em 1980, ativo até os dias de hoje, requer um esforço quase que impossível de se manter em seu fazer, vivo e se reinventando em seu fazer para existir”, aponta Paulo.

Agende-se

Espetáculo Guiomar

Grupo de Teatro Palha

Quando: 27 de fevereiro (sábado), às 20 horas,

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Palavras-chave

Cultura
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