Dia do Disco de Vinil é celebrado com programação e colecionadores explicam o que o torna especial

Dada a importância, hoje, 20, é comemorado o Dia do Disco no Brasil, uma homenagem também ao cantor e compositor Ataulfo Alves, que faleceu em 20 de abril de 1969

Emanuele Corrêa

O Disco de vinil também é conhecido como disco fonográfico, "Long Playing Record" - disco de longa duração em português - , Long Play ou abreviado para LP. Celebrado no Brasil pelos admiradores da música, colecionadores e pesquisadores, o vinil tem um caráter importante para a cultura. Dada a importância, hoje, 20, é comemorado o Dia do Disco no Brasil, uma homenagem também ao cantor e compositor Ataulfo Alves, que faleceu em 20 de abril de 1969.

A jornalista Carol Amorim é colecionadora de vinis e produz conteúdo sobre o assunto no perfil @eicarolamorim. Atualmente é embaixadora do “Women’s Music Event”, que acontece 15 a 18 de junho deste ano e é considerado o maior evento das mulheres da música do Brasil. Carol produz conteúdo para o seu Instagram e compartilha informações sobre os títulos que tem na coleção de vinil. Revela que desde criança começou o contato com os vinis, por meio de seu pai. “Pra mim o vinil sempre foi a materialização física de algo que só é visível no imaginário, que é a música. Meu pai é Beatlemaniaco, me ensinou desde criancinha a fechar os olhos ouvindo um vinil e tentar diferenciar qual voz era do Paul e qual voz era do John nas músicas da banda. Eu cresci com a promessa de que toda a coleção dos Beatles e de Música Popular Brasileira que ele tinha, um dia seria minha. A paixão por vinis é a herança mais valiosa que eu poderia desejar, e criar conteúdo sobre isso foi um processo natural”, disse.

Observadora, diz que a cena cultural de Belém é muito forte e os vinis estão presentes nesta paixão que o paraense nutre. “Enalteço aqui os profissionais que comercializam essa mídia há muito tempo, atravessando inclusive períodos onde as pessoas consideravam o vinil uma mídia completamente defasada. São eles: Max Alvim, da Banca do Max, que está todo domingo na Praça da República. O Nando Vinil, que tem um ponto no Mercado de São Brás e o DiscosaoLéo, do Léo Bitar, que através da loja compartilha seu amor pela música com todo mundo. Para além disso, movimentos como a festa Meta/Esquema que é uma festa toda pensada para enaltecer o vinil e formar mulheres que discotequem nessa mídia, são de extrema importância para conscientizar o público em geral”, finalizou.

image Leo Bitar, proprietário da loja e selo fonográfico "Discosaoleo”, também é colecionador e pesquisador musical e comenta a importância do vinil ao longo da história, mas também, na contemporaneidade. (Reprodução /Marlon Florindo)

Leo Bitar, proprietário da loja e selo fonográfico "Discosaoleo”, também é colecionador e pesquisador musical e comenta a importância do vinil ao longo da história, mas também, na contemporaneidade. "O vinil é até hoje, com toda a tecnologia digital, o melhor meio de se apreciar uma gravação em áudio, tanto pelo formato quanto pela longevidade do objeto. Então une tecnologia sonora e preservação cultural", disse.

Mesmo diante das tecnologias para reproduzir músicas em streamings, Leo acredita que quem opta por colecionar discos e ouvi-los o faz por razões que vão desde a durabilidade à qualidade do som. "Além da durabilidade comprovada do objeto, o disco nos faz parar para aquele momento super especial que é ligar o som e botar um disco para girar na vitrola. Sentar com a capa na mão para consultar créditos, músicos, artes, e mergulhar na obra concebida pelos artistas. É uma experiência artística plena. Na loja se ouve bastante rock de várias décadas e artistas locais, mas a música brasileira é sempre a mais visitada", avaliou.

O selo "Discosaoleo" já lançou em quase uma década os trabalhos de artistas paraenses em vinil, a exemplo de Ana Clara, The Thump!, Molho Negro, Pio Lobato e Dulce Quental, e em fita cassete de Pratagy e Meio Amargo, destacou o proprietário. "O selo não fecha uma vertente musical, mas gosta de trabalhos experimentais, pops, rock, como Pio Lobato, Ana Clara etc. e também conversa com artistas nacionais. Temos parceria com a cantora e compositora carioca Dulce Quental e o também cantor e compositor pernambucano Zé Manoel. Estamos sempre observando o que vem sendo produzido na nossa cena autoral, até pq na loja há um espaço para experimentos musicais para encontros dos artistas com o público", arguiu.

Em comemoração, o espaço fará neste sábado, 22, uma programação com Exposição de capas e materiais de época com o tema Glam Rock, bate-papo, discotecagem e apresentação da Pnk Sabbth. "Abriremos a loja às 10 da manhã com uma exposição de capas de discos do período do Glam Rock, comemorando também os 50 anos do disco Aladdin Sane, de David Bowie. Faremos às 11:30 um papo sobre esse disco e faremos uma audição do álbum original inglês de 1973", comentou.

 

Serviço

Evento: Dia do Disco, na Discosaoleo, sábado (22 de abril),

Horário: partir das 10h.

Programação aberta ao público, com ingressos de R$ 15,00 sugeridos no turno da tarde para as discotecagens e apresentação musical.

Mais informações nas redes do selo: @discosaoleo (Instagram e Facebook).

22/04 – Dia do Disco

- A partir das 10h – Exposição de capas e materiais de época com o tema Glam Rock

- 11h30 – Risco no Disco com audição e comentários sobre o álbum Aladdin Sane, de David Bowie

- 15h – Discotecagem com Alex Pinheiro e John Noir (DançA NO EscurO)

- 16h30 – Apresentação de Pnk Sabbth

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