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COP 30: a última noite é hoje!

Visitantes e moradores de Belém se encontram para aproveitar um leque de atrações culturais para todos os gostos

Eduardo Rocha

Não podia ser diferente: a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), iniciada no dia 10 deste mês, termina hoje (21), uma sexta-feira. E como se diz no jargão paraense: "Sextou!". Depois de tudo o que foi vivenciado por cerca de 50 mil pessoas em Belém relacionadas a esse evento inédito no Brasil, e, em particular, na Amazônia, é  hora de celebrar. E aí a capital do Pará que registrou duas semanas de intensa movimentação de visitantes do planeta nas ruas e no trânsito desde as primeiras horas do dia até perto do final de cada noite vai sediar os últimos instantes desse encontro histórico de povos.

Uma imagem registrada pela Reportagem do Grupo Liberal nas noites que antecedem a desta sexta-feira toda especial traduz bem essa "dança dos povos" nas ruas e em bares, restaurantes e pontos turísticos em geral de Belém. Pela primeira vez na capital paraense, o francês Thibaut Baron trabalha como técnico de audiovisual. Ele adorou a cidade e, em particular, o pub Black Dog, na esquina da rua Bernal do Couto com a Generalíssimo Deodoro, no bairro do Umarizal.

Foi lá que numa das noites de despedida da COP 30, Thibaut mostrou com gostou do carimbó. O visitante não se fez de rogado e deu uns passos dessa dança tradicional amazônica. "Eu gosto muito das pessoas de Belém. Elas são carinhosas. Gosto de sair caminhando pelas ruas da cidade e também de carimbó, brega", destacou com um bom-humor contagiante. Thibaut tornou-se um frequentador do Black Dog. Somente neste período de realização da COP, ele compareceu quatro vezes ao pub. E sempre de bem com a vida.

O movimento de pessoas no pub Black Dog aumentou em torno de 50% neste período da COP 30, como informou Iuri Fernandes, sócio proprietário desse espaço. Iuri atribui isso à  razão de o Black Dog, com 12 anos  de funcionamento, se apresentar como uma opção de confraternização consolidada entre as pessoas, em especial, para visitantes de fora da cidade. Outro fator, de acordo com Iuri, é que o pub funcionou como alternativa “para quem queria um programa fora dos padrões regionais neste período, ou seja, um espaço no formato inglês para bate papo ao de rock e blue ou para matar a saudade da pátria”. O Black Dog teve neste período visitantes de muitas nacionalidades, como sul africanos, filipinos, alemães, americanos, marfinenses, indianos, nigerianos e indígenas brasileiros, por exemplo.

image Iuri Fernandes: Belém com opções para os participantes da COP 30 (Foto: Wagner Santana / O Liberal)

Sinta-se acolhido!

Saber das coisas de Belém e da Amazônia a distância é bem diferente de se ver de perto, de conhecer no próprio ambiente o que a cidade e a região têm de tão atrativo e aconchegante para com os visitantes, da cultura do povo. Que o digam as amigas cariocas Daniele Marques,  35 anos, administradora, e Cássia Moura, 34 anos, comunicadora popular. Elas estavam se divertindo em uma dessas últimas noites da COP 30 no Espaço Cultural Apoena, na esquina da avenida Duque de Caxias com a Antônio Baena, no bairro do Marco.

image Daniele e Cássia celebram o privilégio de estar em Belém, na COP 30 (Foto: Wagner Santana / O Liberal)

"É minha primeira vez em Belém. Eu vim para a COP. Já  conheci a Praça do Carmo, a Estação das Docas e agora, estou aqui, no Apoena", disse Daniele. Ela declarou estar gostando da cultura do Norte do Brasil. Já conhecia o carimbó e, entre os pratos que mais apreciou da culinária paraense, Daniele se encantou com o açaí com peixe. "Conferi a hospitalidade do paraense, as pessoas têm orgulho da sua cidade", pontuou a visitante.

Foi justamente o acolhimento a quem chega à cidade o que mais chamou a atenção de Cássia Moura. "No Rio de Janeiro, a gente toma o açaí, mas é um sorvete, e quando cheguei aqui, pensei: 'Eu quero tomar um açaí, típico açaí. Também provei o tacacá, o vatapá, mas o que me interessou, não só a comida, mas foi ter contato com povos originários. Aqui é muito rico de cultura, de hospitalidade. Até a música está me chamando a atenção, e as noites de Belém", destacou Cássia. Ela deve ficar na cidade até o dia 27 e, então, pretende conhecer mais sobre a cultura e o jeito de ser dos paraenses. Idas até praias e igarapés estão no radar da visitante, que já conhecia o "brega do Pará" e gosta do nome rock doido.

O Espaço Cultural Apoena, como outros lugares na Cidade das Mangueiras, funcionou como um ponto de encontro de gente de países variados neste período Quem passava pela frente do local, nas noites de COP, constata logo uma longa fila de turistas nacionais e internacionais, para ter acesso ao interior da casa. Todos em busca de atrativos culturais, como a música, a culinária e a boa conversa de bar.

Assim foi que o casal de namorados paraenses, Ana Célia Souza, professora pública e professora de dança, e André Luiz Ferreira, marinheiro mercante, saiu dançando um brega rasgado no meio do salão do Apoena. "Eu sinto orgulho de Belém, quando vejo todo esse povo na cidade. Isso mostra que podemos receber grandes eventos. Belém é hospitaleira", disse Ana Célia.

Ela tem razão, além dos encontros técnicos entre governantes e comitivas de países, de marchas e manifestações pelas ruas de Belém, a cidade teve uma programação cultural intensa durante o período da COP 30. Foram 12 dias e noites intensas, que demonstraram ser possível construir o desenvolvimento sustentável na Terra em que um povo aprende com o outro a preservar o meio ambiente. Para que a festa cultural com o gosto inconfundível do jambu amazônico não se acabe.

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