Com 75 produções, Earth Film Festival estreia em Belém e segue para exibições na COP 30
A programação integrada a 1ª Bienal Amazônia que está sendo realizada na capital paraense desde o dia 8 de novembro
Na manhã de sexta-feira (14), foi realizada, no auditório da TV Liberal, em Belém, a abertura do Earth Film Festival (EFF), evento de cinema inserido na programação da 1ª Bienal Amazônia, com a exibição de 15 projetos. A iniciativa é organizada pelo Instituto Bienal Amazônia (IBA) e pela Saphira Ventura Media e Entertainment, reunindo trabalhos audiovisuais de todo o mundo com temáticas ligadas à natureza, à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável.
VEJA MAIS
O festival, de caráter itinerante, integra arte, ativismo e consciência climática com foco em inovação e sustentabilidade. A proposta, segundo a organização, é funcionar como uma plataforma criativa capaz de amplificar narrativas urgentes sobre o planeta e estimular novas perspectivas sobre os desafios socioambientais globais.
A abertura reuniu diretores nacionais e internacionais dos filmes, parte da equipe de curadoria, representantes de instituições, além do líder indígena Álvaro Tukano, do povo Tukano. Também participaram Andrea Noronha, do Instituto Mulheres Artistas da Amazônia, e Juliana Schurmann, Cofundadora e Presidente Impact Coalition Institute. O público pôde acessar gratuitamente o evento até as 18h.
O movimento já passou por São Paulo e pelo Senado Federal, chegou agora à capital paraense e seguirá para Nova Iorque. Ao todo, 75 produções entre curtas, longas, documentários, obras experimentais compõem a seleção desta edição.
Alcinda Saphira, presidente do IBA, destacou que sua trajetória como artista paraense em Nova Iorque moldou o compromisso que mantém desde 2008 com a relação entre arte e meio ambiente. Ela afirmou que a missão da Bienal vai além da promoção artística. “É fantástico estar em Belém e trabalhar essa temática”, disse.
Segundo ela, o apoio do Grupo Liberal tem permitido ampliar o alcance das discussões propostas pelo festival. “Estamos podendo apresentar esse trabalho para que mais pessoas conheçam a arte como compromisso”, afirmou.
Milene Coutinho, responsável pela exposição “Terra” e pelo processo curatorial do festival, explicou que a seleção buscou produções comprometidas com o contexto socioambiental contemporâneo. Ela afirmou que foi realizado ‘um esforço conjunto para escolher artistas e produções baseadas na sustentabilidade e na melhoria do meio ambiente’.
Além dela e de Alcinda, também participam como curadoras Rosita Cavenaghi (São Paulo) e Shereen Badre ( Egito).
Segundo Coutinho, tanto os filmes quanto as obras expostas na cidade formam um conjunto que aborda questões relacionadas ao clima, à ética, aos povos da floresta e às relações das cidades com seus territórios. “A cidade está sendo vista pelo mundo. Não apenas como o lugar do açaí ou do ribeirinho, mas como uma cidade capaz de receber um evento global”, disse.
Olhares internacionais sobre a Amazônia
A diretora internacional do festival, Irena Isabella Kleut, ressaltou a importância de realizar parte da programação na Amazônia.“O festival é dedicado ao planeta, aos filmes e a fazer uma diferença”, declarou.
A produtora e diretora Luciana Brafman esteve presente na abertura apresentando o curta ‘Memória Radical’. O filme aborda as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024 e os impactos deixados nas comunidades locais. “O cinema é transformador, ele toca as pessoas pela emoção e faz refletir e mudar comportamentos”, declarou, explicando que a escolha do formato de curta foi intencional, por facilitar o acesso do público.
Homenagens
A 1ª Bienal Amazônia também abriga a exposição “Terra”, que permanece aberta ao público, com entrada franca, até 22 de novembro, no Hotel Ibis Hangar. A mostra apresenta cerca de 30 obras físicas e 30 obras digitais de artistas do Brasil e de outros países.
Entre os artistas participantes estão Pedro Gui, Embaixador Mirim; Arassari Pataxó, representante dos povos originários; além de Rose Maiorana (Grupo Liberal), Hércules Jr., Márcio Pontes, Irena Isabella Kleut, Meireles Jr., Rene Nascimento, Camila Crivelenti, Alexandre Mavignier e Liz Carvalho.
A programação segue com uma celebração no dia 18, quando será realizada uma homenagem a parceiros que contribuíram com a realização do projeto em Belém. “A Rose Maiorana é uma artista com quem já estamos trabalhando no eixo Rio–São Paulo e também no cenário internacional. Ela integra esse movimento socioambiental e receberá o prêmio”, afirmou Alcinda Saphira.
Programação na COP 30
A organização informou que os dias 15 e 16 de novembro contarão com sessões especiais do Earth Film Festival na FreeZone da COP 30, instalada na Praça da Bandeira, das 15h às 18h. O público poderá conferir parte da programação de filmes e documentários que integram o festival.
A diretora do IBA explicou que a culminância do festival ocorrerá em Nova Iorque, onde serão exibidos os filmes premiados. Segundo ela, ‘a entrega da premiação será na ONU’, destacando o caráter global da iniciativa.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA