Coluna do Estadão: Planalto minimiza recado do Senado e insiste em Messias
Por Roseann Kennedy e Iander Porcella, do Estadão
O Palácio do Planalto minimizou o recado enviado nesta quarta-feira, 12, pelo Senado com a margem apertada da aprovação do novo mandato de Paulo Gonet à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR). Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouvidos pela Coluna do Estadão dizem que, mesmo com o placar que causou surpresa, ele insistirá na indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Interlocutores afirmam agora que a votação de Gonet não é parâmetro para medir o clima no Senado para indicações de Lula. O argumento é que o procurador é uma das figuras mais "odiadas" no bolsonarismo por ter sido o responsável pela denúncia que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF por tentativa de golpe de Estado.
Aliados de Lula que defendem a indicação de Messias também dizem que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tenta "ressuscitar" a possibilidade de Lula trocar a indicação pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ressaltam estar seguros de que, mesmo com essas dificuldades, o nome do AGU seria aprovado se o presidente bancar a nomeação.
Como mostrou o Estadão, contudo, o governo Lula aguardava a sabatina do Gonet para definir se o momento é favorável para anunciar a escolha de Messias para a Corte. A aprovação do procurador por 45 votos a 26 - 20 a menos que em 2023, quando foi indicado pela primeira vez para a PGR - foi mais estreita do que o Planalto e até o Centrão previam. A expectativa era de que a resistência ficasse limitada ao bolsonarismo.
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