Coluna do Estadão: Lula é confrontado por sindicato de metalúrgicos após beneficiar autopeças
Por Iander Porcella, do Estadão
Geralmente apoiado pelo sindicalismo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi confrontado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba a Região após zerar o Imposto de Importação para autopeças sem fabricação nacional equivalente. Em nota enviada à Coluna do Estadão, o SMetal manifestou repúdio à decisão do governo federal.
Para o presidente do sindicato, Leandro Soares, a medida beneficia montadoras estrangeiras, principalmente chinesas, que trazem veículos desmontados ao Brasil para finalizá-los em território nacional. Essa abertura comercial, na visão dele, coloca as fábricas brasileiras em desvantagem no mercado.
"Apoiar um governo progressista e comprometido com o povo não significa abdicar do nosso dever de criticar decisões que vão na contramão da geração de emprego e renda. Estamos ao lado das políticas de reindustrialização, e não de medidas que possam abrir brechas para a desindustrialização", afirmou Soares.
Nesta segunda-feira, 28, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) publicou uma resolução que reduziu de 2% para zero a taxação dessas autopeças, usadas para fabricação de veículos novos.
"A medida, embora pontual, coloca em risco empregos importantes e estratégicos em nossa região, especialmente em Sorocaba, que abriga a maior planta da Toyota no mundo na produção de veículos híbridos e é referência na transição energética da indústria automotiva", emendou o presidente do SMetal.
Lula foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), entre as décadas de 1970 e 1980, antes de fundar o PT, e liderou greves de trabalhadores em meio à ditadura militar.
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