Coluna do Estadão: Aliados montam operação para convencer Bolsonaro a não ir a ato pela anistia
Por Iander Porcella, do Estadão
Aliados de Jair Bolsonaro montaram uma operação para tentar convencê-lo a não participar do ato desta quarta-feira, 7, em defesa da anistia aos condenados do 8/1, que será realizado em Brasília. No entanto, o ex-presidente ainda está irredutível, segundo integrantes do PL ouvidos pela Coluna do Estadão.
São dois os motivos citados por membros da direita para que Bolsonaro evite a manifestação. Um deles é sua saúde. O ex-presidente, que ficou três semanas internado, teve alta no domingo, 4, após passar por procedimentos para desobstruir o intestino e reconstruir a parede abdominal. Há um temor de que ele pegue uma infecção se ficar em contato com muitas pessoas no protesto.
A própria equipe médica recomendou que Bolsonaro fique de repouso. A cirurgia a que o ex-presidente foi submetido foi complexa e durou 12 horas.
A segunda razão é política. Por ocorrer em um dia de semana, o ato deve ser mais esvaziado do que os anteriores. As estimativas mais otimistas no PL preveem entre 5 mil e 10 mil pessoas. Os aliados dizem que Bolsonaro deve se resguardar agora, e que sua presença será mais útil em manifestações mais robustas.
O PL também quer garantir que o ato ocorra de forma ordeira, sem "quebra-quebra", para que não cause ainda mais atritos com o Judiciário.
O projeto de lei da anistia para quem invadiu os prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023 perdeu força após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), costurar um acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o Supremo Tribunal Federal (STF) pela redução das penas de condenados que não tenham financiado ou articulado a tentativa de golpe.
O PL, contudo, ainda insiste na aprovação do projeto que prevê anistia ampla e irrestrita, cujo requerimento de urgência - para que pule etapas e vá direto ao plenário - já foi apresentado com as assinaturas necessárias.
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA