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Sul-coreano 'Parasita' é o favorito na categoria de Melhor Filme Internacional

Apesar de um queridinho, há outros fortíssimos candidatos, com históricos invejáveis em festivais

Lucas Costa
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A categoria de Filme Internacional do Oscar é, certamente, a que preenche os corações dos amantes da sétima arte. Isto por conta da variedade que as categorias principais ficam devendo. Foi essa uma das estatuetas que “Roma” levou para casa no ano passado - um filme em preto e branco com protagonistas mulheres e narrativa sensível. Também foi esta a categoria que consagrou um filme protagonizado por uma mulher trans em 2018, premiando “Uma Mulher Fantástica”.

Desta vez a categoria traz novos fortíssimos candidatos, todos com históricos invejáveis em festivais e outras premiações. É aqui também que o Brasil teria uma chance de entrar na disputa, mas “A Vida Invisível”, o indicado do país, ficou de fora da lista final.

O grande favorito, que está na boca de todos os que acompanham, mesmo de longe, a indústria cinematográfica, é o sul-coreano “Parasita”, de Bong Joon-ho. A alternância entre estilos, a desenvoltura do elenco, o roteiro… tudo o que é possível no cinema já foi alvo de elogios quando se fala de “Parasita”. O longa é também o de melhor campanha até aqui, e tem brilhado desde o início da temporada de premiações.

“Parasita” já levou estatuetas de melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro, Sindicato dos Atores, Critic’s Choice, e recentemente no BAFTA - uma das últimas premiações antes do Oscar. Mas o filme começou a chamar a atenção do mundo no início de 2019, quando na temporada de festivais levou a Palma de Ouro, prêmio mais importante do Festival de Cinema de Cannes.

Bong Joon-ho também vem levando estatuetas de melhor direção nas principais premiações, além de outros de roteiro.

Um dos grandes trunfos de “Parasita” é a forma como retrata a diferença social na Coréia do Sul. A narrativa mostra a família de Ki-taek, que está toda desempregada, vivendo num porão sujo e apertado. Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à uma garota de uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrar também na família burguesa, um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social passam a cobrar seu preço.

“Parasita” também é o favorito do crítico de cinema Rafael Oliveira. “A categoria de filme estrangeiro é sempre muito política, especialmente porque o costume dos países é indicarem filmes que exemplifiquem sua realidade social. ‘Parasita’ faz isso de uma forma bem abrangente, construindo uma sátira social bastante ácida e também moldando sua estrutura de forma que ele se torne um filme para alcançar um grande público. Não à toa, ele é o mais popular dentre os indicados na categoria de estrangeiro”, avalia.

A corrida pelo título de Melhor Filme Internacional conta ainda com mais uma película que chamou a atenção em Cannes: “Os Miseráveis”, de Ladj Ly. Apesar de referenciar a famosa obra de Victor Hugo, o filme não se trata de uma adaptação.

Na narrativa, Stéphane (Damien Bonnard) é um jovem que acaba de se mudar para Montfermeil e se junta ao esquadrão anti-crime da comuna. Colocado no mesmo time de Chris (Alexis Manenti) e Gwada (Djibril Zonga), dois homens de métodos pouco convencionais, ele logo se vê envolvido na tensão entre as diferentes gangues do local.

A indicação do representante francês, inclusive, pode ter deixado os brasileiros com uma certa dor de cotovelo. Isto porque “Os Miseráveis” foi quem dividiu o Prêmio do Júri com “Bacurau”, em Cannes.

Outro que chamou a atenção do público entre os indicados foi o semibiográfico “Dor e Glória”, do já queridinho dos cinéfilos Pedro Almodóvar. O filme representa a Espanha na corrida pelo prêmio, mas não tem feito muito sucesso nas premiações. O longa ainda está indicado na categoria de Melhor Ator, pela performance de Antonio Banderas.

O filme mostra Salvador Mallo, um melancólico cineasta em declínio, que se vê obrigado a pensar sobre as escolhas que fez na vida quando seu passado retorna. Entre lembranças e reencontros, ele reflete sobre sua infância na década de 1960, seu processo de imigração para a Espanha, seu primeiro amor maduro e sua relação com a escrita e com o cinema.

A lista de indicados ainda conta com “Corpus Christi”, de Jan Komasa, representando a Polônia. O país já levou a estatueta em 2015, com o aclamado “Ida”.

O polonês conta a história de Daniel (Bartosz Bielenia), um rapaz de 20 anos que experimenta uma transformação espiritual enquanto vive em um centro de detenção para jovens. Ele quer se tornar padre, mas isso é impossível por causa de sua ficha criminal. Quando é enviado para trabalhar na oficina de um carpinteiro em uma cidade pequena, na chegada, ele se veste de padre e acidentalmente assume a paróquia local. A chegada do jovem e carismático pregador é uma oportunidade para a comunidade local iniciar o processo de cura após uma tragédia que aconteceu na região.

Quem fecha a lista é o aclamado em diversos festivais “Honeyland”, de Tamara Kotevska, da Macedônia do Norte. O filme representa ainda uma espécie de novo gênero, já que se apresenta como um documentário dramático, também indicado na categoria de Melhor Documentário. 

O longa explora uma regra na apicultura: a de que deve-se pegar só metade do mel, e deixar o resto para as abelhas. Hatidze, a última caçadora de abelhas da Europa, respeita religiosamente essa condição. No entanto, quando novos apicultores chegam para trabalhar em sua região e não seguem a regra, o equilíbrio do ecossistema desses animais é ameaçado. Hatidze precisa se esforçar para persuadí-los a seguir os pilares elementares para a sobrevivência das abelhas.

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