Festival de Berlim seleciona 'A Última Floresta', de Luiz Bolognesi

O diretor volta à mostra internacional depois de exibir Ex-Pajé, em 2018

Agência Estado
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O filme A Última Floresta, de Luiz Bolognesi, foi selecionado nesta quarta-feira, 10, para o Festival Internacional de Cinema de Berlim, na seção Panorama. É o único longa brasileiro selecionado. O diretor volta à mostra depois de exibir Ex-Pajé, em 2018.

Bolognesi assina o roteiro com Davi Kopenawa, escritor, xamã e líder político ianomâmi. O filme denuncia o descaso com indígenas ao longo dos séculos, agravado no atual governo e com a pandemia de covid-19.

A Última Floresta, cuja estreia no Brasil está prevista para o segundo semestre deste ano, acompanha a rotina de um grupo ianomâmi que vive isolado, em um território ao norte do Brasil e ao sul da Venezuela, há mais de mil anos. O xamã Davi Kopenawa Yanomami busca proteger as tradições de sua comunidade e relatá-las para o homem branco que, segundo ele, nunca os viu, nem os ouviu.

Ao mesmo tempo, ele e seu grupo lutam para que garimpeiros, que atuam ilegalmente no território, sejam retirados - mais de 10 mil garimpeiros ilegais invadiram o local em 2020, derrubando a floresta, envenenando os rios e espalhando covid-19 e outras doenças entre os indígenas.

"Acredito que o mais interessante foi construir a história com o xamã Davi e fazer as escolhas narrativas com os ianomâmi, incorporando o ponto de vista mágico deles sobre os acontecimentos. Um rico encontro entre o povo do cinema e o povo ianomâmi", afirma Bolognesi, que se apaixonou pela história de Kopenawa ao ler seu livro A Queda do Céu: Palavras de um Xamã Yanomami, e que o fez convidá-lo a escrever com ele o roteiro original do longa-metragem.

Além desse filme, uma coprodução entre Argentina e Brasil, Esquí, longa de estreia da cineasta argentina Manque La Banca, foi selecionado para a seção Fórum, dedicada ao cinema experimental. Nesta quinta-feira, dia 11, serão divulgados os filmes que vão disputar a principal premiação do Festival de Berlim, o Urso de Ouro.

O evento  acontece de 1º a 5 de março, e de 9 a 20 de junho de 2021, em formato híbrido – on-line e presencial, sendo em março fechado para o mercado. O filme é produzido pela Gullane (dos irmãos Caio Gullane e Fabiano Gullane) e Buriti Filmes (Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi), e tem distribuição da Gullane. A estreia no Brasil está prevista para o segundo semestre deste ano.

“É com imensa alegria e orgulho que recebemos a notícia da seleção oficial de “A Última Floresta” para o Festival de Berlim 2021. A situação dos povos indígenas no Brasil é gravíssima e a visibilidade internacional que a Berlinale trará ao filme e ao tema dos povos da floresta é a ação mais importante que poderíamos fazer neste momento. Seguimos avançando, em mais uma parceria com o Luiz Bolognesi, e nesse filme, de mãos dadas com Davi Kopenawa, contribuindo com esse lindo projeto cinematográfico para que o público em todo mundo conheça um pouco mais das raízes do Brasil”, dizem os produtores Fabiano e Caio Gullane.

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