Documentário 'Geração Peixe Frito' volta às telas do Líbero Luxardo

O vídeo mostra a importância de um grupo de escritores da Belém da primeira metade do século XX

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Depois da estreia em março de 2019, na Casa da Linguagem, volta às telas o documentário "Geração Peixe Frito", uma coprodução da Universidade da Amazônia com a Universidade Federal do Pará. Desta vez, em única sessão, às 16h desta segunda-feira, no Cine Teatro Líbero Luxardo, seguido de bate-papo com diretores e convidados.

O vídeo mostra a importância de um grupo de escritores da Belém da primeira metade do século XX, que se reunia no Ver-o-Peso e ficou conhecido como Academia do Peixe Frito. A peça foi produzida com base em estudos acadêmicos sobre a história da Literatura e do Jornalismo paraenses, nas décadas de 30, 40 e 50 do século passado, dos professores doutores Paulo Nunes, da Universidade da Amazônia (Unama), e Vânia Torres Costa, da UFPA.

Para Vânia Torres, toda concepção do trabalho foi norteada pela valorização da produção literária dos escritores pesquisados mas também como resgate da memória de uma cena artística e cultural revelante da história social da capital paraense. Ela contou que muitos dos filhos e parentes dos escritores pesquisados já são idosos.

‘’O que a gente tentou fazer aqui foi este registro da memória documental e, principalmente, para que, no futuro, este material seja utilizado como material didático nas escolas públicas”, frisou Vânia Torres.

O projeto de pesquisa “Academia do Peixe Frito” surgiu em 2016. No decorrer das investigações, o grupo formado por alunos e professores, sob a orientação acadêmica de Vânia e Paulo, percebeu a riqueza do material encontrado e a necessidade de registrar a importância dos escritores para estudantes e pesquisadores.

A ACADEMIA

A Academia do Peixe Frito foi uma associação formada por cerca de 13 intelectuais, em sua maioria negros e autodidatas, que interfere no pensamento político, cultural e social da Belém da primeira metade do século XX, mais precisamente nos anos 30. São eles: Bruno de Menezes, Dalcídio Jurandir, De Campos Ribeiro.

O grupo  era liderado pelo poeta e jornalista Bruno de Menezes Costa, e auxilia para instaurar a modernidade literária e a defesa da negritude no Norte do Brasil. Os “acadêmicos” faziam uma espécie de oposição a intelectuais pequeno-burgueses que se reuniam, à moda parisiense, nos cafés nobres da cidade. Os integrantes da ‘Academia’ escolheram como espaço de encontro as barracas da feira do Ver-o-Peso, discussão “regada” pela cachaça e pelo peixe-frito.

Os poetas e romancistas deixaram uma vasta obra literária, composta por poemas, romances, contos, crônicas, textos jornalísticos, que contribui para sedimentar um olhar sobre a cultura amazônica e sua relação com o nacional e o universal, a partir da rebeldia de intelectuais da periferia de Belém.

Além de depoimentos de familiares dos escritores, o audiovisual traz entrevistas com historiadores, músicos, jornalistas e feirantes do Ver-o-Peso que atestam a importância da Academia do Peixe Frito. "O documentário apela à memória dos familiares desses escritores para revelar aspectos biográficos e suas experiências de resistência e inovação, tanto no fazer literário como em suas participações políticas", pontua Vânia Torres.

A produção foi realizada pela Unama e pela UFPA, que somaram esforços para a realização das filmagens e da edição do material. O documentário tem 30 minutos e será exibido nesta segunda-feira, 06, no Cine Teatro Líbero Luxardo, na avenida Gentil Bitencourt, 650, no bairro de Nazaré, em Belém. Após a exibição, haverá um bate-papo com os diretores Paulo Nunes e Vânia Torres e convidados.

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