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Documentário "Geração Peixe Frito" tenta sedimentar um olhar sobre a cultura amazônica

Obra audiovisual mostra a importância de um grupo de escritores da Belém da primeira metade do século XX, que se reunia no Ver-o-Peso

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A importância de um grupo de escritores da Belém da primeira metade do século XX, que se reunia no Mercado do Ver-o-Peso, é tema do documentário "Geração Peixe Frito", que será lançado hoje, às 19h30, na Casa da Linguagem. Para o evento, foram convidados todos os entrevistados e familiares dos escritores envolvidos na produção. A iniciativa é resultado de estudos acadêmicos sobre a história da literatura e do jornalismo paraense durante as décadas de 30, 40 e 50 do século passado e tem direção dos professores doutores Paulo Nunes da Universidade da Amazônia (Unama) e Vânia Torres Costa, da UFPA. A entrada é fraca.

Com encontros nas barracas da feira do Ver-o-Peso, a discussão era “regada” pela cachaça e pelo peixe-frito. O grupo deixou uma vasta obra literária, composta por poemas, romances, contos, crônicas, textos jornalísticos, que contribuiu para sedimentar um olhar sobre a cultura amazônica, e sua relação com o nacional e o universal, a partir da rebeldia de intelectuais da periferia de Belém. “Nós queríamos levantar essa memória. Até por que, muitos dos filhos e parentes desses escritores já são idosos. O que a gente tentou fazer aqui, foi esse registro da memória documental e principalmente, para que no futuro este material seja utilizado como material didático nas escolas públicas”, destaca a diretora Vânia Torres.

O nome da produção faz referência a como os escritores ficaram conhecidos na época: Academia do Peixe Frito, o grupo reunia 13 intelectuais, em sua maioria negros e autodidatas, que interferiam no pensamento político, cultural e social da Belém da primeira metade do século XX, mais precisamente nos anos 30. Liderado pelo poeta e jornalista Bruno de Menezes Costa, a Academia foi importante para instaurar a modernidade literária e a defesa da negritude no Norte do Brasil. Os “acadêmicos” faziam uma espécie de oposição a intelectuais pequeno-burgueses que se reuniam, à moda parisiense, nos cafés nobres da cidade.

“Quem assistir ao documentário perceberá que esses moços acadêmicos procuraram ser este movimento de resistência. Eram homens autodidatas, com pouco estudo, então o que veremos é exatamente a resistência da cultura popular na história dos Acadêmicos da Academia Peixe Frito”, ressalta a professora.

O documentário traz depoimentos dos familiares de escritores como Bruno de Menezes, Dalcídio Jurandir, De Campos Ribeiro, além de entrevistas com historiadores, músicos, jornalistas e feirantes do Ver-o-Peso que atestam a importância da Academia do Peixe Frito. A produção também traz à tona a memória dos familiares e revela aspectos biográficos e suas experiências de resistência e inovação, tanto no fazer literário, como em suas participações políticas. O material audiovisual é uma coprodução entre Universidade da Amazônia (Unama/PPGCLC) e Universidade Federal do Pará (UFPA/FACOM/PPGCOM).

SERVIÇO - Lançamento do documentário “Geração Peixe Frito” 
Hoje, 29, às 19h30
Casa da Linguagem (Av. Nazaré, nº 31, na esquina da av. Assis de Vasconcelos)
Entrada franca

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Palavras-chave

Cinema
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