Estreias de filmes russo e francês e filme policial cult são os destaques da semana

“Uma Mulher Alta”

“Uma Mulher Alta” de Kantemir Balagov é um dos filmes mais elogiados da atual temporada cinematográfica. O cinema russo é uma referência importante para novos cineastas pelo belo histórico de filmes e cineastas relevantes a sétima arte com Serguei Eisenstein e Andre Tarkovsky.

Nesse filme premiado com a palma de Ouro de melhor direção no Festival de Cannes, no ano passado, o tema principal é sobre a necessidade de sobrevivência de duas mulheres após o fim da segunda guerra mundial. O cerco da cidade de Leningrado é o ponto de partida para a reconstrução da vida de duas personagens femininas.

O diretor Kantemir Balagov também é roteirista e diretor de fotografia e tem sido elogiado como um dos mais promissores talentos do novo cinema russo. Anteriormente, Balagov dirigiu o filme “Proximidade” (2017) que foi selecionado para competir na seção “Un Certain Regard” no Festival de Cannes de 2017. “Uma Mulher Alta” também foi selecionado para exibição no Festival de San Sebastian, em 2019, e chega ao nosso circuito com expectativa de ser um dos melhores filmes exibidos em 2020. O filme está em exibição no cine Líbero Luxardo.

“O Último Diamante”

Este filme é dirigido pelo cineasta e roteirista Éric Barbier e mostra o mistério envolvendo um valioso diamante. Julia (Bérénice Bejo de “O Artista”) trabalha vendendo peças raras em leilões e terá uma grande venda com o lendário diamante Florentin.

Ela contrata uma equipe, mas se envolve com um homem que é ladrão de cofres que tentará roubar o diamante. “O Último Diamante” é mais um exemplar do novo cinema francês que chega ao circuito por meio da parceria do Cinema Olympia e a Cinemateca Francesa.

 “I...como Icaro”

“I..como Ícaro” é uma produção francesa realizada em 1979 com direção de  Henri Verneuil (cineasta de diversos filmes elogiados pela crítica internacional) e ótima atuação de Yves Montand (excelente ator e cantor).  O cinema francês produziu bons filmes do gênero policial.

Lembro-me de assistir vários títulos em um período que era permanente a exibição de filmes franceses nas salas de exibição. Um dos filmes que mais gostei, entre tantos que assisti, é “I...como Ícaro”. A metáfora de Ícaro é ponto de partida para a história do filme. Ícaro, personagem da mitologia grega, tentou sair voando da ilha de Creta, mas ao voar alto, o calor aumentou e a cera de abelha usada em suas asas derreteu e as penas se desprenderam. Ícaro caiu no mar e morreu.

No filme de Verneuil, logo após o assassinato de um presidente reeleito, uma comissão concluiu que o assassino era louco e agiu sozinho.  Entretanto um promotor da comissão se recusa a assinar o relatório final e começa investigar o caso com sua equipe. Mas ao se aproximar da verdade do assassinato, ele corre risco de vida.

Com referências políticas muito presentes no seu personagem principal que representa a metáfora sobre a lenda de Ícaro, a história, “I...como Ícaro” tem uma narrativa interessante que mantém a atenção do espectador para uma trama bem desenvolvida e que serve de exemplo para os filmes do gênero que, muitas vezes, exageram na violência e minimizam a importância de uma boa história e personagens. O filme será exibido no Cine Sindmepa (Sindicato dos Médicos do Pará) na terça-feira, dia 17, às 19h, com entrada franca.