Cinco museus do Pará terão 'tour virtual'

Museus criam alternativas à pandemia, que afastou 77% dos visitantes desses estabelecimentos no mundo, em 2020, aponta pesquisa. No Brasil, 50% abriram visitas on-line

Enize Vidigal O Liberal
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Cinco museus de Belém irão ganhar um tour virtual: a Casa das Onze Janelas, o Museu do Encontro (no Forte do Castelo), o Museu de Arte Sacra e o Museu do Círio, que pertencem ao Complexo Feliz Lusitânia, e o Memorial Verônica Tembé, no Parque do Utinga. O projeto em fase de estudos pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), tem lançamento previsto para o próximo mês de outubro, no site do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM) da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

A decisão segue uma tendência mundial. A pandemia reduziu a visita aos museus em 77% no mundo todo, em 2020, aponta a pesquisa do jornal The Art Newspaper, referência para o mundo das artes, com sede em Londres e Nova Iorque. No Brasil, a busca por visitas on-line a museus cresceu em 50%, segundo dado do Google Trends. 

Em Belém, os museus do governo do estado estão abertos para visitas presenciais desde o fim do ano passado, exceto no período do lockdown. “Adotamos uma série de medidas de segurança (sanitária) em relação ao distanciamento social, higienização, cartazes informativos, monitoramento das visitas e uso obrigatório de máscara. Houve redução de 50% de público” afirma o diretor do Sistema Integrado de Museus e Memorial (SIMM) da Secult, Armando Sobral.

“Migramos muito para as plataformas digitais. Todos os nossos eventos são disponibilizados nas redes sociais, como debates e atividades educacionais. Recentemente lançamos o site do SIMM, em que o público pode acessar diversas informações e a ter acesso a muitos benefícios do museu. Hoje, estamos produzindo os tours virtuais em cinco museus”, antecipa. O tour virtual, a exemplo de outros grandes museus do Brasil e do mundo, como Louvre e o MASP, deverá incluir ferramentas interativas e visão panorâmica dos espaços expositivos. “As pessoas (internautas) poderão entrar nas salas e cada museu terá 20 obras representativas para acesso com informações técnicas e iconográficas”, explica. Entre essas obras estará a “Pietá”, uma das principais obras do Museu de Arte Sacra.

"O Tour Virtual pelo Theatro da Paz já foi um sucesso incrível. E o projeto das visitas virtuais aos Museus do Estado, modelado numa parceria super estimulante entre a Secult e a Sectet (Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e educação profissional e Tecnológica) é mais um passo que consolida nossa política de democratização do acesso aos equipamentos culturais do Estado”, conta a secretária de Cultura, Úrsula Vidal. Ela antecipa que o projeto terá versão bilíngue, em português e inglês, para a apresentação dos museus e a audiodescrição do acervo da Igreja de Santo Alexandre.

Obra

Este mês, será iniciada a obra de restauro do Museu de Arte Sacra, Igreja Santo Alexandre e Casario Padre Champagnat, pela Secult. Orçado em R$ 953 mil, o projeto fará a intervenção emergencial na fachada dos imóveis, reforço estrutural da cimalha, pintura, recomposição dos telhados e instalação do projeto de prevenção e combate a incêndio. A previsão de término é de 120 dias.

Museu de Arte de Belém realiza exposições em outros espaços

Longe de reabrir as portas, o Museu de Arte de Belém (MABE) enfrenta outra dificuldade além da pandemia que prejudica as visitações: a restauração do Palácio Antônio Lemos, onde está sediado. A diretora do MABE, Christina Santos, destaca as ações “extra-muros” promovidas pelo órgão, como a exposição “Mosqueiro: cantos de Amor”, que levará reproduções de célebres obras do acervo para as comemorações do aniversário da ilha, a partir da próxima terça-feira, 6.

“A princípio, em decorrência do pós-Covid e das obras de restauro, a gente tem focado nas redes sociais, Instagram e Facebook, e no site que está atualizado. Mas também produzimos ações extra-muros, como fizemos na Semana de Museus, com projeção no Solar da Beira, doação de acervo de um indígena assassinado e live de mesa redonda”, conta. Ainda, recentemente, a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) firmou parceria com um shopping da cidade, onde o MABE organizará exposições do acervo, a partir do próximo semestre.

image "Fundação da Cidade de Belém”,1908, de Theodoro Braga, óleo sobre tela. (Reprodução Fumbel)

Já a mostra de Mosqueiro, contará com reproduções de pinturas que retratam a história e paisagens da ilha, produzidas por artistas paraenses e estrangeiros como Georges Wambach, Ruy Meira, Arthur Frazão, Andrelino Cotta e João Pinto. O destaque da exposição será a tela sobre a fundação de Belém, de Theodoro Braga, datada de 1908, medindo mais de dois metros de altura por cinco de largura, na qual estão retratados os índios Tupinambás que habitavam Mosqueiro. A abertura da mostra vai inaugurar o Centro Multicultural Solar das Artes, gerenciado pela Agência Distrital, na Praça da Vila de Mosqueiro, às 19 horas.

As obras originais estão encaixotadas, protegidas da poeira da obra. O imóvel tombado pelo patrimônio histórico está fechado desde o final de 2019. “O palácio já passou por uma primeira etapa com a reforma da rede elétrica. Esta segunda etapa, abrange os fechamentos do edifício, de modo a resguardar o seu interior das intempéries e a segurança do acervo. Envolve a recuperação da cobertura, fachadas externas e interna com a recuperação das esquadrias que fazem parte do palácio. Para a próxima etapa estão planejados os projetos luminotécnico, museológico e museográfico, de segurança, climatização e etc”, explica.

Visitas abertas

Outras exposições estão abertas à visitação presencial. Além das exposições permanentes do acervo nos museus, a Secult apresenta na Galeria Fidanza, do Museu de Arte Sacra, a mostra “Junho, bendito seja!” com fotografias de And Santos, Cristina Carvalho, Déborah Elena, Deia Lima, Manuel Siqueira, Marcelo Vieira, Michel Pinho, Rafael Aguilera, Rosário Travassos e Wagner Santana; vídeos do acervo do Museu da Imagem e do Som (MIS) e adereços do Arrastão do Pavulagem, sob a curadoria de Emanuel Franco e Dayseane Ferraz. Pode ser visitada até o próximo 30, das 9 às 17 horas.

Também há previsão de duas exposições na Casa das Onze Janelas, de 15 a 30 de julho: “Entre o vermelho, azul e lilás”, com acervo do próprio espaço, na sala Valdir Sarubbi e no Laboratório das Artes; e “Suaves brutalidades”, com obras do artista Henrique Montagne, na sala Gratuliano Bibas, e vídeos de Pnk Sabbth, no Laboratório das Artes.

 

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