Por que amigos e familiares de Preta Gil estão de branco no velório? Entenda o motivo

O velório da cantora Preta Gil ocorre nesta sexta-feira (25) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Repleto de homenagens de fãs e até mesmo da prefeitura da "Cidade Maravilhosa", um detalhe chamou a atenção do público e dos internautas: amigos e familiares da filha de Gilberto Gil usarem branco e não o tradicional preto - que culturalmente simboliza o luto aqui no Brasil. Mas qual seria a razão para essa opção de cor?

Preta Gil era conhecida por ser uma mulher que quebrava tabus e que apresentava muita fé na espiritualidade. A cantora, que morreu no domingo (20), era devota de santos da igreja católica como Santa Dulce dos Pobres e Nossa Senhora Aparecida, mas também sempre expressava sua fé por Oxum, orixá de religiões de matriz africana como o candomblé e umbanda, que simboliza prosperidade, sabedoria e poder feminino.

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Por que a escolha de usar branco no velório de Preta Gil?

No Brasil, cada dia da semana é dedicado aos rituais e celebrações de um Orixá, dentro do candomblé. Sexta-feira é o dia dedicado ao orixá Oxalá, considerado o Senhor da criação e considerado pai de todos os Orixás. Sua cor de representação é branco, e usá-la às sextas-feiras é uma forma de atrair proteção e boas energias. 

O branco é a cor sagrada de Oxalá e também representa:

• Pureza espiritual
• Paz interior e exterior
• Sabedoria e ancestralidade
• Conexão com o divino

No dia dedicado a Oxalá, é costume que os filhos de santo e devotos se vistam de branco dos pés à cabeça, inclusive com pano de cabeça (torço) em muitos casos, como forma de reverência e respeito à energia do orixá.

Branco é ausência, portanto traz em si todas as possibilidades de criação e renascimento. Desta forma, o branco também pode ser a cor da morte, por isso, no candomblé, exprime o luto. Ao falecer, um iniciado obrigatoriamente é sepultado com roupas brancas e isso é uma forma de simbolizar a simplicidade e aproximação com Oxalá.

Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali, editora executiva de OLiberal.com.