Oscar Magrini desembarca em Belém com peça sobre amor, traição e muita risada
‘Troca-Troca’ chega ao Teatro Resolve com elenco de peso e texto afiado sobre os dilemas conjugais da atualidade
O ator Oscar Magrini desembarca em Belém neste fim de semana com a comédia “Troca-Troca”, em cartaz no Teatro Resolve, localizado no It Center. O espetáculo, que iniciou uma turnê pelo Brasil recentemente, será apresentado neste sábado (05/07), às 21h, e , domingo (06/07) às 19h. A peça, escrita por Ingrid Zavarezzi e dirigida por Rogério Fabiano, traz à tona, com muito bom humor, os desafios amorosos do século 21, propondo uma reflexão sobre a importância da comunicação nos relacionamentos afetivos.
Com um elenco considerado de peso formado por Magrini, Carla Pagani, Paula Zaneti e Rick Conte, o espetáculo gira em torno de casais dos quais vidas se cruzam de maneira inesperada. O texto aborda os dilemas do desejo e os segredos que podem transformar um casamento em um campo minado, ou em uma surpreendente aventura.
Na trama, Magrini interpreta um consultor financeiro que foi casado por oito anos com uma psicóloga e está separado há dois. O enredo se complica quando ele se envolve com a paciente da ex-mulher, enquanto esta, por sua vez, passa a se relacionar com o marido da paciente. A confusão é tratada com humor, mas revela uma crítica sutil à falta de escuta e diálogo nos relacionamentos modernos.
“É uma comédia muito engraçada, mas que fala de coisas reais. As pessoas se veem na peça e começam a se cutucar no meio da plateia. É como se dissessem: ‘Tá vendo? Isso aconteceu com a gente’”, compartilhou o ator em entrevista ao Grupo Liberal.
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Magrini também destaca a interação com o público como um dos pontos altos do espetáculo. “Não existe quarta parede. A gente fala com o público e o público fala com a gente. Isso gera uma conexão forte e uma identificação imediata”, afirmou.
Além do humor, o espetáculo provoca reflexões sobre temas como o machismo e a masculinidade. O personagem de Magrini começa a peça com atitudes misóginas e machistas, mas passa por uma transformação. “Ele fala besteira, fala de casamento, de mulher, mas depois tem uma redenção. Aí o público volta pra casa rindo, mas pensando”, diz o artista.
Oscar revela que está empolgado por voltar à capital paraense, cidade que não visita há cerca de uma década. “Faz uns dez anos que não volto ao Pará. Quero rever a cidade, dar uma volta no Ver-o-Peso, tomar um tacacá se der tempo. Belém é linda, tem uma energia incrível”, afirmou.
O ator também demonstra alegria em levar o espetáculo para diferentes cantos do país. “Agora começamos a viajar com essa peça pelo Brasil. Estou muito feliz de estar em cartaz com uma comédia que fala de coisas sérias de maneira leve e divertida. Em tempos difíceis, rir também é uma forma de cura”, refletiu Magrini.
De personagem secundário a fenômeno nacional
Com 35 anos de trajetória artística, Oscar acumula em seu currículo mais de 40 novelas - só na TV Globo, ele atuou em 31 -, se tornando figura conhecida da teledramaturgia brasileira. Sua trajetória é marcada por personagens que conquistaram o público. Muitos deles galãs com uma pitada de humor ou vilões cativantes.
O papel que mais marcou sua carreira, segundo ele próprio, foi o de Ralf, o cafetão da novela “O Rei do Gado", exibida pela TV Globo em 1996. Inicialmente, o personagem apareceria em apenas 30 capítulos, mas ganhou tanto destaque que foi mantido até o final da trama. “O pouco que eu tinha, eu dei muito. Cresci dentro da novela, agarrei o personagem e fiz acontecer”, contou.
Em Torre de Babel, em 98, interpretou Augusto da Silva, o Gustinho, outro personagem que reforçou sua versatilidade. “Foi quando o público começou a associar o rosto ao nome: ‘Ah, esse é o Oscar Magrini’”, lembrou.
Magrini também atuou em novelas como no remake de “Cabocla” e “Salve Jorge”. Para ele, aquele foi um tempo de ouro da dramaturgia. “Participei de uma época em que as pessoas saíam do trabalho correndo pra casa pra não perder o capítulo. Hoje é diferente, tem streaming, as pessoas assistem quando querem”, avaliou.
“Naquela época, você gostava de um personagem e se envolvia de verdade com a trama. Hoje está tudo meio estranho... Enredo, diálogos, atuações. Espero que a gente volte a ter aquelas novelas bacanas”, refletiu.
Outro momento marcante na vida do ator, segundo ele, foi trabalhar em “Gênesis", na Record, onde viveu Noé, participando de sua primeira novela bíblica. Magrini passou dois meses, entre estudos e laboratórios, antes de gravar. “A gente aprendeu a cortar lenha, fazer pão do zero, trabalhar com betume e construir uma arca. Foi uma imersão completa”, contou.
Mas o ator garante que o personagem que mais gosta é sempre o que está fazendo no momento. “Hoje é esse do ‘Troca-Troca'. A peça é atual, engraçada, mas com mensagens fortes. O público ri, se identifica, pensa. É assim que a arte funciona”, complementou.
Com 64 anos a serem completados em setembro, Magrini se orgulha de continuar ativo. “Cinema, teatro e televisão são mundos diferentes. No teatro e no cinema, a obra é fechada. Você estuda, sabe onde começa e termina. A novela é aberta. Se o ator entrega, o personagem cresce”, explicou.
“Foi assim com o Ralf. Eu dei tudo e o público comprou. É muito bom esse reconhecimento. Onde eu vou, tem sempre alguém lembrando de um personagem. Isso mostra que, de alguma forma, tocamos a vida das pessoas”, comentou.
Serviço
Espetáculo “Troca-Troca” em Belém
- Datas e horários:
- • Hoje, 5 de julho (sábado) – 21h;
- • Amanhã, 6 de julho (domingo) – 19h;
- Os ingressos estão sendo vendidos no site Ingresso Mix.
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