Belém recebe exposição 'Amazônia' de Sebastião Salgado
Mostra reúne 350 fotos e sete vídeos sobre o bioma e ficará em cartaz no Museu das Amazônias até fevereiro de 2026

O fotógrafo mineiro Sebastião Salgado (1944-2025) dedicou décadas de sua carreira à Amazônia. Registrou o bioma em imagens de rara beleza e utilizou sua voz para alertar o mundo sobre os riscos de destruição da maior floresta tropical do planeta. Desde os anos 1980, produziu fotografias que revelam a flora, a fauna e, sobretudo, a vida dos povos que habitam a região.
Parte desse legado está reunido na mostra “Amazônia”, composta por 350 fotos e sete vídeos, que será aberta neste sábado (4), às 10h, no Museu das Amazônias, no Armazém A4 do Porto Futuro II, em Belém. É a primeira vez que a exposição, que circula pelo mundo desde 2021, é apresentada no solo amazônico, com destaque para falas de lideranças indígenas.
A iniciativa conta com patrocínio Global Master da Zurich Seguros, patrocínio Master do BNDES e do Fundo Amazônia e patrocínio Ouro do Itaú. A produção é da Maré Produções, com apoio do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) e parceria do Museu Goeldi, do Museu das Amazônias e do Governo do Pará. A realização é do Ministério do Turismo e Esporte, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.
Exposição no coração da Amazônia
Durante coletiva realizada nesta quinta-feira (2), o cineasta Juliano Salgado, filho de Sebastião e presidente do Instituto Terra,, destacou que a mostra era um sonho de seu pai e de Lélia Wanick, companheira e curadora da exposição. “Sonhavam em lançar a ‘Amazônia’ no coração da cultura amazônica, onde ela vibra e pode ser melhor compreendida”, afirmou.
A mostra já foi vista por cerca de 2,5 milhões de pessoas em diversos países. Em Belém, ocupa 950 metros quadrados do Museu das Amazônias. “O fotógrafo tinha como intenção trazer a exposição para a região no ano da COP 30, em Belém”, lembrou Ricardo Piquet, CEO do IDG. Sebastião Salgado morreu em 23 de maio de 2025, aos 81 anos.
Fotos em preto e branco e vozes indígenas
As imagens da mostra são em preto e branco, o que, segundo Juliano, permite ao público uma percepção mais profunda das nuances da vida amazônica. Ele ressaltou que a região abriga cerca de 16 mil espécies de árvores e que a preservação depende, sobretudo, dos territórios indígenas.
Juliano também destacou a importância da floresta para o ciclo da água: “As árvores amazônicas produzem os chamados rios voadores, que levam umidade para o restante do país. A Amazônia não é apenas o pulmão do planeta, é também o coração do Brasil”.
Importância cultural e ambiental
A secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal, ressaltou que receber a exposição é uma honra para o Estado. “Sebastião chama a atenção para os riscos de vida dos povos originários e para a fragilidade desse bioma”, disse. A mostra pode ser conferida até fevereiro de 2026.
O representante do BNDES, Márcio Meira, observou que a obra de Salgado revela a pluralidade social, cultural e biológica da Amazônia. Já Sofia Fan, do Itaú Cultural, destacou que a mostra chega em um momento crucial, às vésperas da COP 30: “A humanidade precisa de arte”.
Serviço
- Exposição: “Amazônia”, de Sebastião Salgado
- Abertura: sábado (4), às 10h
- Local: Museu das Amazônias, Armazém A4 do Porto Futuro II, Belém
- Visitação: até fevereiro de 2026
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