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Belém celebra com festa o título de Capital Mundial do Brega; prefeito anuncia Museu para o gênero

O ministro de Estado do Turismo, Celso Sabino, foi o responsável por entregar a placa que reconhece Belém como referência mundial do brega

O Liberal
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Belém é oficialmente a Capital Mundial do Brega. O título internacional, concedido pela Organização Mundial das Nações Unidas para o Turismo (ONU Turismo), foi entregue na tarde desta quinta-feira (5) durante uma cerimônia no Memorial dos Povos, no bairro da Campina, no centro histórico da capital paraense. O evento reuniu artistas do gênero, autoridades estaduais e municipais, além de representantes do setor cultural.

O ministro de Estado do Turismo, Celso Sabino, foi o responsável por entregar a placa que reconhece Belém como referência mundial do brega, um dos gêneros musicais mais representativos do Pará. O reconhecimento foi formalizado anteriormente pelo secretário-geral da ONU Turismo, Zurab Pololikashvili, na 123ª reunião do Conselho Executivo da ONU Turismo, realizada na última semana, em Segóvia, na Espanha, e reflete o impacto do brega como expressão cultural e motor de desenvolvimento econômico e turístico.

Além do ministro, participaram da cerimônia o prefeito de Belém, Igor Normando, representantes do governo do Estado, e uma constelação do brega, como Rebeca Lindsay, Wanderley Andrade, Viviane Batidão, Hellen Patrícia, Carol Lemos, Edilson Moreno, Kim Marques, DJ Dinho e Harrisson, entre outros. Em seu discurso, o prefeito anunciou que irá construir em breve o Museu Mundial do Brega.

Ao entregar a placa na cerimônia, Celso Sabino destacou a relevância do gênero musical como força cultural que transcende o entretenimento, tornando-se um ativo de visibilidade internacional.

“Receber e agora entregar oficialmente esse título internacional a Belém é motivo de imenso orgulho. O brega é mais do que um ritmo musical, é um movimento que se fortaleceu no Pará e ganhou o mundo como expressão viva da identidade cultural do nosso povo e da criatividade e força da nossa Amazônia. Com esse reconhecimento da ONU Turismo, mostramos ao mundo que a cultura popular também é potência turística e merece ser celebrada em escala global”, afirmou o ministro, que também recebeu uma placa de homenagem dos artistas paraenses como o “ministro do brega”.

O título de Capital Mundial do Brega reforça não apenas a força do ritmo no cenário local, mas sua crescente internacionalização. O cantor e compositor Wanderley Andrade fez questão de destacar como o gênero rompeu fronteiras e se consolida fora do território brasileiro.

“Eu acho que é de uma relevância bastante significativa, por conta da proliferação que já foi feita há um bom tempo. E não só no Estado, mas no Brasil e no mundo. Hoje eu viajo para mais de 17 países levando a nossa música, com muito orgulho. A semente foi plantada. Isso é muito bacana. Eu me sinto feliz, grato a Deus pela minha saúde, pela minha família e pelos meus amigos, e por poder comemorar e fazer parte da história da música popular paraense”, declarou.

O evento foi, sobretudo, um momento de celebração dos artistas que ajudaram a construir a história do brega. Com mais de três décadas de trajetória, o cantor e produtor Kim Marques fez questão de lembrar o caminho percorrido pelos artistas locais até esse reconhecimento internacional.

“Fico muito feliz pelo reconhecimento, por tudo que a gente dedicou à música brega do Pará, como compositor, produtor, cantor e empresário. Sempre tentando valorizar o nosso projeto e os nossos amigos. É um dia muito especial. Belém foi reconhecida pela ONU como a capital mundial do brega porque não existe lugar no mundo onde se cultue essa cultura de maneira tão forte como no Pará. A gente já ficou feliz quando o nosso brega virou Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado, e agora esse reconhecimento global é motivo de muito orgulho. É nosso direito estar em todos os grandes eventos e ocupar todos os espaços”, afirmou.

A cantora Hellen Patrícia, uma das vozes mais potentes do brega, também celebrou a conquista, ressaltando a importância do título para o fortalecimento da cultura e da autoestima dos artistas locais.

“Esse momento é de extrema importância para o ritmo. Me sinto muito feliz em receber essa placa em nome de tantos artistas que começaram esse movimento. Artistas que eu queria ter visto enquanto criança e que hoje me inspiram. Defendo o brega com toda a garra, porque sei o quanto é difícil ser artista regional. E agora, o brega não é mais só regional, é mundial. Belém, a capital mundial do brega! Estou muito honrada e sigo na luta pela valorização dos nossos artistas. Eu sou apenas uma representante, estou por todos que fazem esse movimento e batem no peito para dizer: eu sou bregueiro”, declarou, emocionada.

O reconhecimento vem no momento em que o gênero ganhou também um Dia Nacional, com a escolha de 14 de fevereiro, em referência ao cantor e compositor pernambucano Reginaldo Rossi. A data foi instituída no dia 22 de maio deste ano, com a aprovação da Lei 15.136, de 2025, sancionada pelo presidente Lula.

Segundo texto da Agência Senado, o projeto que deu origem à norma (PL 5.616/2023) teve início na Câmara dos Deputados e foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado em decisão terminativa, sem passar pelo Plenário, no dia 1º de abril. A relatoria ficou a cargo da senadora Augusta Brito (PT-CE), que destacou a contribuição do brega para a identidade cultural brasileira.

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