Baile Underground celebra cultura Hip hop da periferia de Belém
Quarta edição do Baile Underground reúne rap, grafite, dança com verdade e identidade periférica

A cultura Hip hop ganhará mais destaque em Belém no dia 25 de julho com a chegada do Baile Underground, que acontece no Balata Bar, localizado no bairro da Campina. Trata-se de um evento independente que vai abrir espaço para novos talentos da cidade e reunir apresentações de rap, DJs, grafite e breakdance — tudo em um só lugar.
Realizado pelo selo independente Nihil Label, o projeto chega pela quarta vez à capital e tem o objetivo de valorizar a cultura de rua por meio de diversas manifestações urbanas, as quais fazem parte do universo do Hip hop.
De acordo com Lil Plata, artista e um dos organizadores da programação, a proposta do Baile Underground vem ganhando força a cada edição, com o propósito de fazer com que todos os elementos do Hip hop estejam representados.
“A ideia nasceu da necessidade de criar um espaço onde todos os elementos do Hip hop se encontrassem de forma orgânica, real e sem censura cultural. O Baile Underground sempre foi sobre representatividade, vivência e resistência. Na primeira edição, a gente ainda tava testando formatos e ocupando espaços de forma mais instintiva. Com o tempo, a proposta foi ganhando corpo, entendendo o território e ampliando as ações — sempre com base na união entre rap, break, grafite e DJ”, explica o produtor cultural.
Para participar das apresentações e exposições do evento, uma curadoria foi realizada pela organização, com o objetivo de escolher as propostas que mais se conectam com o tema do Baile.
“A gente olha pra três coisas: identidade, posicionamento e entrega. Quem sobe no nosso palco tem que entender o que é o Baile Underground, e mais do que isso, fazer parte dessa história. São artistas e coletivos que constroem dentro da margem, que falam do agora e fazem isso com verdade. A curadoria é pensada pra gerar conexão — entre som, discurso”, esclarece Lil.
Além de valorizar a cultura Hip hop, Lil Plata ressalta que o projeto visa dar oportunidade aos talentos da periferia de Belém, os quais dificilmente recebem algum tipo de apoio ou incentivo.
“O Baile Underground é um grito coletivo vindo das quebradas. Ele é necessário porque oferece algo que quase não existe: protagonismo pra juventude preta e periférica sem depender das estruturas tradicionais de poder. É um espaço de acolhimento, mas também de afirmação e formação. As pessoas se veem ali — no palco, no grime, na batalha de tag, no som, na dança — e isso gera um sentimento de pertencimento e possibilidade real de futuro dentro da cultura”, acrescenta o artista.
Para o produtor cultural, a programação já se tornou uma ferramenta de resistência para os movimentos periféricos, que podem expor seus trabalhos artísticos e refletir o próprio cotidiano.
“Tudo no Baile parte da vivência. A gente não tá falando de representatividade como marketing, mas como existência. A curadoria é feita pensando em quem realmente vive a quebrada, quem transforma dor em arte e estilo. A moda que aparece no evento é a moda da rua, da customização, da estética favelada com orgulho. A música é o reflexo das vivências, e a arte visual (do grafite às estampas das camisas) carrega as narrativas da nossa luta. Cada edição é um manifesto preto e periférico vivo”, pontua o organizador.
Para conhecer as atrações da quarta edição do Baile Underground, é cobrada uma taxa de R$ 10, usada para ajudar nos custos de realização do evento. No entanto, Lil Plata garante que todo mundo está convidado a conhecer o evento e até a participar das apresentações.
“O público pode colar, fortalecer, dançar, rimar, comprar dos empreendedores locais e viver a experiência do Baile. E quem não puder pagar, é só trocar ideia com a gente — a comunidade sempre vem em primeiro lugar”, conclui Lil.
Serviço:
Baile Underground
Local: Balata Bar, Rua Carlos Gomes – Campina
Data: 25 de julho (sexta)
Horário: 19h
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