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Auto do Círio terá orquestra de rua e músicas autorais neste ano

Lançamento do novo Auto do Círio será neste domingo (03) na praça da República

Vito Gemaque
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Importantes mudanças estão sendo preparadas para o Auto do Círio em 2023. A atividade artística que terá um evento de lançamento neste domingo (3) na praça da República, trará novidades para quem gosta de acompanhar o cortejo realizado como projeto de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA). O Auto do Círio homenageará Nossa Senhora de Nazaré com uma orquestra de rua e músicas autorais compostas especialmente para a manifestação cultural.

Neste ano, o Programa de Extensão Auto do Círio- Patrimônio histórico imaterial da cultura paraense, chega à 29° edição, celebrando 30 anos. Com esse novo formato é diminuir o impacto sonoro no bairro da Cidade Velha, onde inúmeros imóveis tombados pelo patrimônio histórico. Essa é uma constante reclamação dos moradores e da associação do bairro. Também pela primeira vez, uma mulher é coordenadora do Auto. Neste ano, a coordenação de todo o Auto coube a professora de Artes da UFPA, Inês Ribeiro.

“A orquestra de rua do Auto está sendo criada por vários músicos da terra, músicos que estão no Pavulagem, por exemplo. O Dudu Neves, que escreveu a letra do hino de Belém, junto com Allan Carvalho, e o professor Edson Santana, que está na equipe na frente da orquestra, e vamos levar o Grupo Gaia, de alunas da licenciatura de teatro, e outros grupos”, destacou a coordenadora, Inês Ribeiro.

Auto do Círio

Três conceitos formarão o Auto do Círio deste ano aliada ao tema “Nossa Senhora de todas as vozes na Amazônia”. O intuito é “amazonizar” ainda os debates sobre a cultura com o Auto. “Para além do artista e da cultura popular paraense, o que Auto já vem trazendo, também estamos trazendo a cultura Afromeríndia, trazendo a questão da negritude, baseada nos estudos da professora Zélia Amador, outra base para nossa narrativa, e é o conceito de Mundoamazônico, do professor Paes Loureiro”, explica a professora Inês.

O terceiro conceito é a transformação da Matinta-Pereira representando personagens que se metamorfoseiam em animais e seres humanos. A coordenação abriu inscrições para quem pretende participar da atividade. No total, as vagas devem ser limitadas até 250 pessoas. No entanto, a procura pelas oficinas de dança, teatro, música e oficina de máscaras já superou a expectativa. Mais de 140 pessoas já se inscreveram apenas para a oficina de música que deverá selecionar os futuros membros da Orquestra do Auto do Círio.

Responsável pela Orquestra do Auto será o professor Edson Santana, está apenas esperando as músicas autorais ficarem prontas para começar a adaptá-las. “Na Orquestra vamos fazer um trabalho visando o regional. O carro chefe será o carimbó para dar a característica do nosso Estado do Pará. O carimbó é plural, abrange todo os segmentos da sociedade, todas as classes. Vamos fazer as oficinas e ensaios para que esse ritmo seja puxado pela Orquestra do Auto do Círio, na parte percussiva”, contou. O professor Tales Branches também colabora com o trabalho da orquestra.

Um dos compositores das músicas Dudu Neves adianta que as canções estão praticamente prontas. Das três músicas, duas já estão avançadas, a primeira já está indo para gravação. Após essa gravação, eles devem se dedicar a terceira música. Junto com ele trabalham o compositor e músico Allan Carvalho e Davi Amorim. “Vamos usar os nossos ritmos paraenses o carimbó, lundum, bangue, samba de cacete, o que está dentro da nossa musicalidade paraense, todas vão ter essa pegada”, detalha.

Dudu ficou honrado em ser escolhido para compor as primeiras músicas próprias do Auto do Círio. “Para mim antes de ser uma grande música, é uma grande honra fazer isso para um movimento que tem um certo volume cultural. Foi um grande desafio, e sobretudo uma grande honra participar, poder dar minha contribuição. A gente precisa ter esses movimentos fortalecendo a cultura paraense, fortalecendo o que temos de melhor, inclusive também falando das mazelas, mas exaltando a cultura dentro do nosso estado”, enfatizou.

A professora de história Vera Brito, de 59 anos, já participa do Auto desde a segunda edição. Desde então, nunca mais faltou a um cortejo. Ela já participou de várias oficinas, e teve inclusive o Auto do Círio um incentivo para fazer o curso de história. O sentimento de Vera resume o que move todos os participantes do Auto do Círio.

“Primeiro, é fazer o que mais gosto que é homenagear Nossa Senhora de Nazaré através da arte. Isso é muito importante para mim. O foco todo mesmo é Nossa Senhora de Nazaré, que é representada pela nossa Amazônia, nossa mãezinha. O outro é a família do Auto do Círio que a gente vai se apegando e tendo carinho um pelo outro, não conseguimos sair depois”, relata.

O percurso deste ano terá sua Arrumação na praça do Carmo, na rua Dom Bosco, depois o cortejo segue pela rua Doutor Assis até a Igreja da Sé onde acontece a Exortação rumo ao Instituto Histórico Geográfico (IHGP) para realizar a Coroação, finalizando em frente ao Museu do Estado do Pará (MEP), rua Coronel Fontoura, onde ocorre a Ascenção do Manto e finalizamos a homenagem dos artistas-devotos a Nossa Senhora de Nazaré!

SERVIÇO - LANÇAMENTO AUTO DO CÍRIO 2023

Data: 03 de setembro (domingo)

Local: ICA/Praça da República.

Hora: 10h (com um pequeno cortejo pela praça da República)

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Cultura
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