Chá de Canela discute se “ter cara de paraense engaja ou flopa” com a cantora Naieme
Naieme reflete sobre como sua trajetória profissional está intrinsecamente ligada ao território onde nasceu e cresceu

Nesta quarta-feira (2), às 19h30, o videocast Chá de Canela lança mais um episódio de sua nova temporada, desta vez com a participação da cantora, compositora e pesquisadora paraense Naieme. Com o tema “Ter cara de paraense flopa ou engaja?”, o episódio mergulha nas questões de identidade, regionalismo e representatividade na música e nas redes sociais. O conteúdo pode ser acompanhado pelas plataformas do Grupo Liberal (LibPlay e YouTube) e pelos principais serviços de streaming como Spotify e Deezer.
A conversa, conduzida de forma descontraída pelas jornalistas Ana Carolina Matos e Bruna Lima, começa com a já tradicional “lapada”, uma provocação para abrir o papo. Naieme responde com segurança e humor: “Engaja horrores!”. Para ela, o que antes era motivo de estigma ou xenofobia, hoje se transformou em símbolo de orgulho e autenticidade. “Na época da Nazaré Pereira, da Fafá de Belém, com aquele vozeirão e trança, não era tão bem-visto. Hoje, o paraense virou cool. Virou um carimbo, uma marca. Todo mundo quer performar o amazônico”, afirma.
Com um trabalho artístico enraizado em sua identidade amazônica, Naieme reflete sobre como sua trajetória profissional está intrinsecamente ligada ao território onde nasceu e cresceu. “Eu acho que meu trabalho começa a traduzir isso, meu nome, minha família, minha música. Tudo vem desse lugar. Tem um estudo que fala sobre ‘território auditivo’. A gente compõe com base no que cresceu ouvindo”, explica.
Durante o episódio, Naieme compartilha vivências que envolvem não só sua carreira como cantora, mas também seu papel como professora e pesquisadora. Em todos esses espaços, ela reforça a importância de valorizar as raízes culturais e promover a visibilidade da produção artística amazônica em um cenário muitas vezes dominado por estéticas do sudeste ou do exterior.
O episódio também aborda como as redes sociais têm ajudado a reconfigurar a imagem do Norte do Brasil. Para Naieme, plataformas como o Instagram e o TikTok vêm sendo fundamentais para mostrar o orgulho de ser da Amazônia e conectar artistas a públicos mais amplos. “Tem gente que vive isso de verdade. É bonito ver essa onda”, pontua.
Sobre o videocast
Criado em 2020, ainda no formato podcast, o Chá de Canela surgiu com a proposta de discutir temas pouco explorados nos meios tradicionais de comunicação, mas presentes nas rodas de conversa entre amigas. Em 2023, o projeto ganhou formato audiovisual e passou a ser exibido semanalmente com episódios inéditos às terças-feiras, ao meio-dia, nas plataformas digitais.
A atual temporada conta com o apoio do Grupo Liberal e continua a provocar reflexões sobre temas relevantes, misturando leveza, afeto e debates profundos sobre identidade, gênero, território e pertencimento.
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