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Artista visual Carol Abreu estreia com a exposição 'Studio Som Jolie'

Carol revisita o estúdio de som do pai, falecido, para revelar afetos e memórias de família.

Enize Vidigal, O Liberal
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A artista visual e pesquisadora, Carol Abreu, revira os tesouros das memórias deixadas pelo pai na exposição individual o “Studio Som Jolie”, que abre à visitação nesta terça-feira, 22, no Espaço Cultural do Banco da Amazônia, às 19h. Sob a curadoria de Felipe Pamplona, Carol visita o “lugar-templo-tempo” que representa o estúdio caseiro mantido pelo aposentado Aldemário Abreu, um apaixonado colecionador de músicas, que também registrava momentos do cotidiano em gravações domésticas de áudio, em Belém. Ele faleceu em 2020, aos 67 anos, vítima da Covid-19. A entrada é franca.

“O meu pai manteve um estúdio de som em casa, por muitos anos, desde a juventude dele. Era colecionador de música em vinil, CDs e outros formatos de mídia. Ele tocava violão e chegou a fazer algumas composições, que a gente vai colocar na exposição, mas apreciava fazer seleções de músicas para os amigos”, recorda a artista. O projeto foi contemplado pelo Edital de Pautas em Artes Visuais do Banco da Amazônia.

“Studio Som Jolie” reproduz o nome do estúdio do DJ Aldemário, como se intitulava, pois se especializou em fazer seleções musicais para os amigos. Essa é a primeira exposição individual da artista, que reúne arquivos em áudios, fotografias, jornais, vídeos e objetos. A abertura terá transmissão às 19h pelo canal da artista no Youtube. A visitação pública será de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, até o próximo dia 05 de maio.

Exposição Studio Som Jolie

Com o falecimento do pai, Carol começou a entrar no estúdio e a observar o espaço de uma nova forma em que pudesse sentir e resignificar a perda. “Comecei a conhecer as várias coisas que ele deixou, pensamentos escritos, fotografias e as gravações com narrativas de situações diversas do cotidiano, como o meu nascimento, e ele colocava uma música que se relacionava com cada situação”.

“Eu descobri essas fitas (cassete) no momento que perdi ele. Me reconheço na criança que eu fui. Estou me reencontrando com o meu pai. Fui entrando nesse processo de luto, escavando esses arquivos e compreendendo algumas experimentações na arte visual a partir dos fragmentos da vida do meu pai. Quando ele estava vivo, eu entrava no estúdio, ouvia e conversava com ele, mas não me aprofundava”, recorda.

A mostra traz uma sala com três vídeo-instalações chamada “Lado A”, em que o público pode observar os vídeos de arquivo de Aldemário; um vídeo que Carol que gravou no estúdio, onde “sente a presença do pai” e declara o seu afeto por ele; e outro vídeo com o áudio dele falando sobre a filha em vários momentos, como os primeiros choro e sorriso, nos quais faz a contextualização social, política e econômica da época. “É o experimento de um cinema expandido, como diz meu curador. Interessante é a construção visual que se faz a partir dos áudios descritivos dele”.

Em outra sala, a artista exibe a eletrola e 1 mil vinis do acervo de Aldemário, numa obra interativa em que as pessoas poderão ouvir música, se quiserem. 

Durante a mostra, serão realizadas as “Tardes do Vinil”, sempre às quintas-feiras, às 16h, com artistas convidados. No próximo dia 31, será apresentado o fragmento da performance literomusical "Homem sem Títulos", com o ator-pesquisador Leonel Ferreira. No dia 14 de abril, o professor, músico e artista visual Jack Nilson, conversa com o curador Felipe Pamplona sobre músicas e saudade. E, no dia 5 de maio, Carol Abreu conversa com a jornalista-artista Suely Nascimento, seguida de exibição do foto-filme "O Sonoro Diamante Negro", e mais o lançamento do catálogo.

 

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