Terreiro frequentado por Lumena se pronuncia após denúncias
Um inquérito foi instaurado para investigar Nego Di, Karol Conká, Lumena e Projota sobre denúncias de intolerância religiosa
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) instaurou inquérito para apurar as denúncias de intolerância religiosa feitas pelo deputado Átila Nunes (MDB), contra Nego Di, Karol Conká, Lumena e Projota, participantes do "Big Brother Brasil 21". O deputado é conhecido por defender as religiões de matriz africana em seus vários mandatos.
"Imagens do programa serão solicitadas para análise", diz a nota enviada pela assessoria da Polícia Civil.
Os quatro participantes ironizaram a entidade Xangô. "Eu xangozei", disse o humorista, arrancando gargalhadas dos colegas. "Cheguei a xangozar no quarto, vei. Ave, Maria", completou.
Eu não quero nem imaginar o que vai sentir Lumena quando Xangô decidir cobrar ela por tudo isso.
— Leví Kaique Ferreira (@LeviKaique) February 9, 2021
O Machado é pesado amiga... Não vai ser fácil não.
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Logo em seguida, a rapper Karol Conká também entrou na "brincadeira". "Você falando é muito engraçado. ‘Eu chamei Xangô, véi'", disse a rapper, imitando os trejeitos de Lumena. Apesar de estarem ridicularizando uma religião de matriz africana, a psicóloga, que é adepta do Candomblé, caiu na gargalhada e ainda lembrou uma conversa que teve com Lucas. "Eu xangozei. Eu estou pelo certo com meu orixá, você está pelo errado. Ele está te abandonando", disse a baiana.
Lumena é iniciada no candomblé, por isso recebe o título de vodunci. O terreiro a qual ela Zogbodo Male Bogun Seja, ou como é conhecido, Roça do Ventura, se pronunciou sobre as acusações que a psicóloga está sofrendo.
“Como mãe de santo tenho que ter paciência, assim como todos aqui têm com vodunci na idade em que ela se encontra, ainda tem muito que aprender. Lumena não é apenas de candomblé, ela já passou por muitos lugares, onde contribuíram com processo de maturidade, como também contribuiu para que ela tenha pensamentos que aqui em minha casa estão sendo cuidados com muita cautela e urgência. Ela não é apenas de candomblé, ela DJ, psicóloga... enfim, já veio para casa com uma bagagem muito complicada. Quando chegou em nossa casa, já sofria ataques racistas, logo já veio com muitas marcas, marcas essas que após sua feitura estamos desconstruindo", explicou Etemy Ogorensi Aline, que é filha e frequentadora do mesmo terreiro de Lumena.
A Mãe de Santo falou que não concorda com o que Lumena disse e argumentou que a fala ganhou proporções muito grandes por causa do programa. "Por uma questão de ética, como mãe de Santo, eu não posso virar as costas para um filho, eu só posso torcer para que ela saia, e que eu possa mostrar a ela tudo que ela cometeu de erro", continuou.
Ela também falou que orientou Lumena nos seis meses que antecederam a estreia do "BBB 21". A religiosa disse que orientou a psicóloga a tomar cuidado com o que falaria e falou que estar na casa mais vigiada do país é uma 'tortura psicológica", ainda mais para pessoas jovens, como Lumena.
"O filho ele escolhe o caminho que acha viável para ele, não é justo minha casa, nossa família responder por tão ato, existem outros filhos na casa, nossa casa sempre foi e sempre será idônea, portanto não temos que responder nada a ninguém. Ela não está no programa na condição de autoridade religiosa, nem tão pouco cumprido sua obrigação de vodunci, ela é uma participante de um programa", Etemy Ogorensi Aline concluiu.
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