VÍDEO: Cia paraense supera queda em apresentação e vence novas modalidades no Brasil Latin Open
Competição em São Paulo reuniu mais de 400 categorias e incluiu ritmos paraenses pela primeira vez
O Pará foi destaque na edição de 2025 do Brasil Latin Open, considerado o maior campeonato de dança a dois do país, realizado entre os dias 13 e 16 de novembro, em São Paulo. O evento reuniu competidores de vários estados e apresentou mais de 400 categorias distribuídas em 19 estilos, ampliando o número de ritmos incluídos na programação. Este ano, além de gêneros tradicionais como samba de gafieira, salsa, bolero, zouk e samba rock, a competição incorporou novas categorias, entre elas o tecnobrega e o calypso, ritmos presentes na cultura paraense.
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A escola de dança Cia Lumiar, de Belém, participou das estreias das duas modalidades e conquistou o título de campeã em ambos os estilos, competindo em grupo. Oito bailarinos representaram o Pará: quatro pares no tecnobrega e três pares no calypso.
E para deixar a apresentação ainda mais emocionante, o número de tecnobrega ganhou destaque após um momento inesperado no palco. Durante uma acrobacia, a bailarina Carlana Rodrigues, caiu do ombro do parceiro, o bailarino Krystian Montes. Mesmo com o risco de perder pontos, a dupla se levantou imediatamente, retomou a sincronia e seguiu a coreografia até o fim, mantendo o ritmo ao lado do grupo.
Assista ao momento:
Carlana contou que o grupo vinha se preparando para a competição ao longo de oito meses, sendo três deles dedicados exclusivamente à coreografia apresentada. “Eu e meu parceiro havíamos ensaiado bastante e nunca tínhamos errado a acrobacia, então no calor do momento e da queda nossa única solução foi levantar imediatamente. Meu parceiro agiu como se nada tivesse acontecido e continuamos com energia, gritando. Mesmo com todas as meninas em cima e apenas eu no chão, não deixamos a energia cair, e isso fez o público nos dar mais força ainda”, relatou.
Após o fim da coreografia, Carlana disse que a queda permaneceu como preocupação entre a equipe. “A nossa maior responsabilidade era fazer o melhor trabalho para nossa equipe, nossa escola e nosso estado. Ficamos extremamente tristes e isso não saía da nossa cabeça. Muitas pessoas nos deram forças até que, no momento da premiação, vimos que a queda só foi um detalhe. Isso vai ficar marcado para nós”, afirmou.
Para ela, o resultado reforçou a confiança do grupo. “Percebemos que somos capacitados até mesmo para errar, e que não importa o tamanho da queda, somos capazes de consertar e seguir de cabeça firme. Nosso maior compromisso é representar nossa cidade”, disse.
Rullien Polizeli, um dos diretores da companhia e também competidor, destacou a importância da inserção dos ritmos nortistas na programação. “Participar de uma competição nacional sempre é emocionante. Este ano, pela primeira vez, o concurso acrescentou duas modalidades específicas paraenses, e como bons paraenses não poderíamos deixar de participar. Nosso sonho é levar a nossa cultura da dança para todo o Brasil para que outras pessoas se encantem pelo nosso brega”, afirmou.
Ele reforçou que a presença dos ritmos paraenses no campeonato contribui para fortalecer a identidade cultural do estado. “A música paraense já está caminhando para uma visibilidade nacional, e ter no concurso categorias que são vertentes do brega apresenta ao Brasil a dança paraense como uma dança enérgica e cheia de potencial artístico. Se apresentar no palco do Brasil Latin Open é a possibilidade de influenciar outras pessoas de estados diferentes a aprenderem a nossa dança e fazer com que ela alcance lugares mais importantes”, disse.
A vitória soma-se a outras duas que a escola conquistou em 2025: em junho, eles foram campeões no Dance Open Brasil, nas categorias Ladies Team e Grupo Estilo Livre, sendo este último o único grupo da Região Norte presente na competição.
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