Justiça nega pedido de Andressa Urach para reaver R$ 2 milhões doados à Igreja Universal
Influenciadora afirma ter sido vítima de "lavagem cerebral", mas Justiça entendeu que não houve coação. Ela promete recorrer da decisão.
A influenciadora Andressa Urach teve negado pela Justiça o pedido para reaver R$ 2,04 milhões doados à Igreja Universal do Reino de Deus entre 2015 e 2019. A decisão foi assinada no dia 11 de agosto pela juíza Karen Rick Danilevicz Bertoncello, da 13ª Vara Cível de Porto Alegre (RS).
No processo, Urach alegava ter sido induzida a doar os valores durante um período de fragilidade emocional e psicológica, após enfrentar problemas de saúde graves em 2014, quando teve uma infecção generalizada. Ela afirmou que sofreu “coação moral e espiritual” e que foi vítima de “lavagem cerebral”.
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A Justiça, no entanto, entendeu que as doações foram feitas de forma voluntária. A magistrada apontou que não houve qualquer prova de ameaça ou pressão específica por parte da igreja, destacando que Andressa teve participação ativa nas atividades religiosas e aderiu conscientemente à doutrina da instituição.
"Não há demonstração de submissão cega e coagida", escreveu a juíza, que ainda citou trechos da autobiografia Morri para Viver, em que Andressa relata sua conversão e envolvimento com a Universal.
Segundo o processo, os mais de R$ 2 milhões foram doados em valores transferidos via carros, transferências bancárias e bens diversos. A Universal contestou o pedido de Urach e afirmou que as doações foram feitas de forma livre, sem coação, dentro do direito constitucional à liberdade religiosa.
Além de indeferir o pedido, a Justiça condenou Andressa Urach a pagar honorários advocatícios no valor de 10% do montante da causa.
Influenciadora promete recorrer
Nas redes sociais, Andressa criticou a decisão e afirmou que irá recorrer. Ela disse que mudanças de juízes durante o processo prejudicaram a análise do caso.
“É uma grande injustiça. Pontos importantes não foram avaliados, como testemunhas que confirmaram meu prejuízo e o fato de que as doações foram feitas sem instrumento público”, escreveu em resposta aos seguidores.
Andressa também afirmou que seguirá com a disputa judicial. “Eu não vou me calar diante do que chamo de estelionato da fé. Dou voz a tantas pessoas que passaram ou passam pelo mesmo, mas não tiveram forças para lutar.”
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