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De Beyoncé ao tecnobrega, 'Rock Doido' conecta referências globais e amazônicas em um só clipe

Produção de clipe usou apenas um celular e contou com 250 pessoas na cena final

Amanda Martins

A cantora paraense Gaby Amarantos lançou no último dia 28 de agosto o álbum Rock Doido”, disponível nas plataformas digitais com 22 faixas inéditas. O projeto inclui ainda um filme gravado em plano sequência na periferia de Belém, destacando elementos da cultura das aparelhagens. Intitulado “Rock Doido: O Filme”, o audiovisual dirigido por Naré e Guilherme Takshy, do coletivo Altar Sonoro, e gravado inteiramente com um celular. A narrativa retoma a personagem Xirley, criada por Gaby em seu primeiro videoclipe, agora em uma nova jornada que retrata a saída de casa para viver o universo das festas de aparelhagem, tradição cultural das periferias paraenses.

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Cenário das filmagens

As gravações ocorreram no bairro da Condor, próximo ao Palácio dos Bares, espaço escolhido por refletir a boemia, as cores e o movimento da região. O curta reuniu cerca de 250 pessoas, entre artistas, grupos de dança, músicos e moradores das comunidades de Jurunas e Condor. A apresentação contou também com a aparelhagem Rubi, uma das mais tradicionais do Pará, e o DJ Gigio Boy.

Curiosidade

Um dos momentos de maior tensão envolveu os efeitos de pirotecnia com fogos de artifício. Segundo os diretores, um teste inesperado reduziu as opções de gravação de cinco para apenas uma, intensificando o desafio da equipe para concluir o plano sequência.

Referências culturais e musicais

O álbum traz inspirações visuais, além das aparelhagens paraenses, referências internacionais, como o conceito do disco “Renaissance” (2022), de Beyoncé. A proposta foi pensada como uma experiência contínua, sem cortes, semelhante às apresentações das festas típicas do Pará. O repertório reúne colaborações de artistas da cena nortista e participações nacionais. Entre os destaques estão:

  • Viviane Batidão na faixa “Te Amo Fudd*”;
  • Lauana Prado em “Não Vou Chorar”;
  • Gang do Eletro em “Tumbalatum”;
  • MC Dourado em “Cerveja Voadora”.

O trabalho também apresenta um remix de “Crina Negra” com a presença de uma quadrilha junina, além da participação das companhias de dança Cia Khaos e Cia Cabanos, dirigida pelo coreógrafo Rolon Ho, que aparece no clipe dançando com Gaby.

Diretores

Para Naré, a produção traduz a vivência da comunidade.  “Transformamos aquilo que para nós é cotidiano em algo artístico. Foi lindo ver a união de todos, artistas, grupos de dança, fãs e moradores do bairro, todos empenhados em dar o seu melhor. Essa verdade aparece no filme”, afirmou.

Já Guilherme Takshy destacou o impacto da locação e do desafio técnico: “O bairro da Condor reflete perfeitamente o que queríamos mostrar: bares, cores e movimento. Tivemos um contratempo com os fogos e restou apenas uma chance de gravação. Isso fez todos ficarem em alerta para acertar de primeira”.