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Amazônia Live: palco em forma de vitória-régia toma forma no Rio Guamá; veja os detalhes

O espetáculo Amazônia Live leva arte e consciência ambiental ao coração da floresta, com shows de Mariah Carey, Joelma e outros

Bruna Dias

Daqui a duas semanas, o mundo vai assistir a um espetáculo grandioso no meio do rio Guamá. Com 95% da estrutura pronta, no dia 17 de setembro, a vitória-régia mostrará sua grandeza no primeiro espetáculo do festival Amazônia Live – Hoje e Sempre, que contará com apresentações de Mariah Carey, Dona Onete, Joelma, Gaby Amarantos e Zaynara, com início ao pôr do sol belenense.

O Grupo Liberal acompanhou de perto os últimos detalhes do palco e conheceu a estrutura.

“Nosso maior desafio aqui, em termos de estrutura — estamos com uma balsa no meio do rio — é alinhar corretamente os eixos da balsa dos convidados com o espetáculo. Qualquer desvio para a esquerda ou para a direita causa diferença na posição das câmeras e na iluminação. Por isso, temos todos os projetos muito bem alinhados”, explica Diogo Campos, arquiteto e coordenador de cenografia do Amazônia Live.

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Em frente ao palco flutuante, há uma balsa que receberá os convidados e contará com uma arquibancada, tudo estabilizado com estacas. Essa estrutura também terá suporte técnico com equipamentos semelhantes aos utilizados nas transmissões da TV Globo e Globoplay.

“Nesta última semana, o desafio foi fazer toda a parte de locação das balsas — tanto a dos convidados quanto a do nosso palco, que é a nossa flor. Hoje, já temos cerca de 95% do acabamento cenográfico concluído e estamos nos ajustes finais. As pétalas já estão todas revestidas”, relata o profissional.

A vitória-régia é uma planta de folhagem grande, circular e flutuante. Suas bordas são elevadas e, ao desabrochar durante a noite, sua flor pode mudar de cor em até 48 horas — do branco ao rosa. Tudo isso será representado no palco.

Com uma base verde no piso, as pétalas estarão sobrepostas — com uma parte mais longa atrás e uma menor à frente. Além disso, haverá uma estrutura superior com detalhes posicionados próximos às cantoras. Vale lembrar que algumas pétalas são móveis, permitindo acessibilidade e facilitando o acesso das artistas à estrutura. Tudo foi cuidadosamente calculado e cronometrado.

O objetivo de estar no rio Guamá, no meio da floresta, é muito mais que ter um espetáculo musical e sim dar destaque a toda essa temática dos debates climáticos e ambientais. Vale lembrar que em 2016 teve a primeira edição Amazônia Live. O evento foi em Manaus, no Amazonas com um palco em formato de folha com apresentações dos tenores Plácido Domingo e Saulo Laucas, do guitarrista Andreas Kisser e da cantora Ivete Sangalo.

“A gente volta agora com essa proposta aqui da Belém do Pará para retornar a nossa conversa, manter a floresta de pé, colocar todos os holofotes em termos das causas que a gente quer debater. Colocamos um pouco do espetáculo do entretenimento para dar muito mais vozes a essas causas”, pontua Diogo Campos.

No palco flutuante, o acesso das cantoras e músicos será pelo elevador, com um backstage disponível para realizar os últimos retoques das divas, o camarim oficial delas será em barcos que atracam na vitória-régia apenas alguns minutos antes delas subirem no palco. 

“Precisamos dessas pétalas móveis para os acessos dos artistas. Vão ter rampas, com tudo já bem programado. Os artistas entram no camarim e tem um elevador que leva elas para cima. Quando a apresentação finaliza, a gente recebe o ok e após cinco minutos para finalizar, a gente vem para a parte da cenografia, move as pétalas e deixa o acesso do fluxo livre para que possa acessar o barco”, detalha o arquiteto.

A dinâmica pode parecer confusa e trabalhosa, mas o material usado para a produção do palco é sustentável e permite uma maior fluidez no processo, por exemplo, as pétalas são feitas de um material reciclável que possibilita até a passagem do vento, para que não ocorra qualquer movimentação em toda a estrutura com essa ventilação. 

“Basicamente a gente pensa que a peça é robusta, mas foi um desafio cenográfico, estamos trabalhando com um revestimento altamente sustentável e ecológico com a impressão em alta definição. Por isso que quando formos ver na transmissão, na captação, a gente vai ver como se fosse uma pétala real. No tecido foi feito um trabalho com muita delicadeza e pensando no ambiente como em torno. Ele é um projeto em termo de do cenográfico que ele tipo não briga com a floresta, nossa ideia nunca foi essa, é realmente dar potência toda em volta que acontece aqui”, explica Diogo Campos.

A estrutura grandiosa e sutil terá como elemento principal a iluminação, que tem os detalhes mantidos em segredo. “Essa parte é onde está o segredo, temos toda a parte de iluminação técnica, tem o nosso light designer que dá toda ambiência tanto para ela quanto para a floresta, que é o ponto principal dessa conversa. Pode esperar muitas coisas grandiosas que vai ficar uma coisa incrível. O bom desse revestimento das pétalas também é que a gente consegue brincar. As luzes vão brincar com a tonalidade dos shows que vão acontecer e pôr do sol, trazendo realmente a potência do ambiente para ela”, conta o cenografista. 

O Amazônia Live é um projeto criado pelo The Town e Rock in Rio, que tem como objetivo transformar atenção em atitudes, em prol da floresta e dos povos da região.