Alexandre Sequeira ministra workshop na Kamara Kó Galeria

Os encontros serão em plataforma on-line, em 12 horas de programação, em que os participantes estarão imersos no percurso da fotografia, e suas relações com o mundo

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A imagem está presente na história da humanidade desde o primitivo e, diante da lógica artística contemporânea, processos parecem desafiar as bases de entendimento sobre o fazer fotográfico.

“Percorrer a história da imagem é, sem dúvida alguma, a possibilidade de acessar uma complexa trama composta por incontáveis linhas de força que animaram e animam a existência humana. A meu ver, a evolução das técnicas e formas de representação do mundo, a busca por representá-lo da forma mais fiel, sempre trouxe em seu cerne o desejo de dominá-lo”, afirma o artista e professor Alexandre Sequeira, que realiza o workshop A imagem no regime estético da arte contemporânea, a partir desta sexta-feira, 6, até o domingo, 8 de novembro, na Kamara Ko Galeria.

A partir de algumas referências do campo teórico-crítico, como também pela apreciação de algumas proposições artísticas, o workshop busca promover um exercício de suspensão de determinadas ideias preconcebidas do que uma fotografia deva ser ou significar para, não apenas conceber novos entendimentos acerca do fotográfico, mas também, refletir sobre que impacto isso pode ter sobre nós enquanto indivíduos que vivem num mundo cada vez mais balizado por imagens.

“No rastro desses avanços, a revolução digital das últimas décadas determinou, talvez, a mais recente e radical transformação dessa relação, instaurando uma ruptura nos modelos de visão até então vigentes e contribuindo de forma inequívoca para a constituição de um novo sujeito observador, de novos procedimentos de subjetivação e de estratégias de afirmação de poder”, afirma.

Os encontros serão em plataforma on-line, em 12 horas de programação, em que os participantes estarão imersos no percurso da fotografia, e suas relações com o mundo. Alexandre explica que, desde seu surgimento até os dias de hoje, a fotografia passou por um avanço dos dispositivos técnicos de registro de imagem como de seus usos e aplicações, que revelam relações identitárias e seu uso nas relações de poder que perpassam a existência em coletividade.

“O esgarçamento que a fotografia promoveu de determinados conceitos como documento ou verdade, por exemplo  (conceitos estes tão caros à fotografia) nos ajudam a entender que, em verdade, as transformações de seu regime estético estão sempre intimamente relacionadas à revisão de valores que ditam os modos de viver ontem, hoje e sempre”, diz Alexandre.

Diante da avalanche de imagens produzidas freneticamente e disponibilizadas na web, Alexandre afirma que se vive hoje num mundo cada vez mais conectado e ditado por uma lógica essencialmente imagética. “Só a imagem é capaz de romper eventuais barreiras comunicacionais e colocar em circulação determinados conteúdos”, completa.

Sem dúvida isso coloca a imagem em uma posição de protagonismo nos permanentes jogos de poder que se estabelecem no mundo. Alexandre cita o fotógrafo e designer húngaro Laszlo Moholy-Nagy, que na primeira metade do século XX já antevia que “os analfabetos do futuro não seriam apenas aqueles que ignorassem a linguagem escrita, mas também todos os que ignorassem a leitura das imagens”. 

Alexandre Romariz Sequeira é artista visual, doutor em Arte pela UFMG e professor do Instituto de Ciências da Arte da UFPa. Desenvolve trabalhos que estabelecem relações entre fotografia e alteridade social, tendo participado  de encontros de fotografia, seminários e exposições no Brasil e exterior. Tem obras no acervo do Museu da UFPa, Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; Coleção Pirelli/MASP, Museu de Arte do Rio/MAR, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, Museu da Fotografia/CE e Coleção de Fotografia da Associação Brasileira de Arte Contemporânea/ABAC.

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