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‘Menos discurso, mais ações’, diz Helder Barbalho sobre COP 30 em Belém

Governador do Pará declarou que lideranças mundiais devem ser cobradas efetivamente sobre a urgência de pautas climáticas durante a COP

Andréia Santana | Especial para O Liberal

Faltando pouco para Belém sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), o governador Helder Barbalho fez um apelo direto às lideranças globais para que o evento seja marcado por menos discursos e mais ações. Em entrevista à GloboNews, ele defendeu que a conferência seja um momento de cobrança efetiva por medidas urgentes diante da crise climática.

“Desejo que Belém seja a COP da implementação. Menos discurso, mais ações. E que possamos, acima de tudo, deixar um extraordinário legado para as próximas gerações. Belém está preparada para ser esse palco, certamente podendo abraçar o Brasil, abraçar o mundo”, afirmou.


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O governador lembrou ainda que a COP na capital paraense ocorre exatamente dez anos após a COP 21, quando foi aprovado o Acordo de Paris pelos 195 países Parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso firmado à época era manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C.

“Diante das urgências climáticas, é cada vez mais necessário cobrar e constranger as lideranças mundiais para que transformem seus discursos em realidade. Belém será o marco de Paris +10. Em 2015, o Acordo de Paris estabeleceu metas de redução de emissões e definiu como lógica necessária o financiamento dos países desenvolvidos para que os países em desenvolvimento pudessem adotar modelos de baixas emissões. É preciso transformar isso em realidade diante das urgências que enfrentamos”, destacou Helder.

Vale Bioamazônico

O Vale Bioamazônico, um ecossistema que reunirá iniciativas como o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, o Museu das Amazônias, o PCT Guamá e estratégias de incentivo à pesquisa, educação profissional e tecnológica, também foi citado por Helder Barbalho. O governador afirmou que o lançamento oficial da iniciativa deve ocorrer no primeiro dia da COP.

“Estaremos defendendo ao longo deste tempo aqui em Belém que possamos ter economias baseadas na natureza, que valorizem a floresta viva, para que ela possa valer mais do que a floresta morta. Queremos transformar nossa biodiversidade em bioeconomia. Por isso, pretendemos lançar no primeiro dia da COP o Vale Bioamazônico de Tecnologia, fazendo na Amazônia o que foi feito na Califórnia com o Vale do Silício, mas tendo como base a riqueza da nossa biodiversidade”, explicou.

O mercado de carbono e a produção de alimentos na Amazônia também devem estar entre os temas centrais das discussões da COP, segundo o governador, que ressaltou a importância de essas deliberações acontecerem justamente no território amazônico.

“É necessário que o mercado de carbono seja efetivamente precificado e que se crie um mercado comum, transformando-o em uma nova commodity, com a compra de créditos para compensar as emissões que ainda existirão. Precisamos investir cada vez mais em tecnologia e inovação para reduzir as emissões regulares e avançar na transição energética, diminuindo a dependência dos combustíveis fósseis. Essas pautas estarão no centro das discussões, assim como a produção alimentar, para que possamos equilibrar a necessidade de produzir com a preservação ambiental. Fazer isso na Amazônia é absolutamente simbólico. O Brasil tem capacidade, liderança e autoridade para fazer esse grande chamamento”, concluiu.