Empresários de quiosques de alimentação explicam preços das comidas na Bluezone da COP
Valores de refeições na área das autoridades chamaram a atenção de internautas e moradores da cidade
Após os valores das refeições dos quiosques presentes na Bluezone (área das autoridades e com acesso restrito) da COP30 chamarem atenção, com coxinhas sendo vendidas a R$ 45 reais e água por R$ 20, o OLiberal.com buscou mais informações sobre o processo de precificação dos alimentos. Dois empresários do ramo, em entrevista ao Grupo, explicaram os fatores que impactaram os valores.
Eduardo Cravo, proprietário do Delícias Quilombolas, empreendimento presente na Bluezone, em entrevista ao OLiberal.com, explicou como foi o processo da precificação dos alimentos que estão sendo vendidos na área.
Pertencente a um consórcio de comunidades tradicionais que receberam consultoria para vendas e adequações para eventos de grande porte, Eduardo informou que a consultoria foi realizada através de um acompanhamento do Sebrae, meses antes e com base no edital previsto pela ONU, sobre adequação e padronização de alimentos pela magnitude de um evento global.
Eduardo explicou ainda que o preço é um "conjunto de fatores como logística, direitos trabalhistas, taxas de operação que impactam no valor final" . Além disso, parte de alguns produtos exigidos pela ONU, como compostados, não apresentam grande fornecimento de insumos em Belém, fato que fez com que diversos produtores comprassem de fora.
"É um evento global e isso demanda a gente ter condições de alimentar pessoas com culturas diferentes da nossa. O edital da ONU prevê que a gente tenha uma margem de alimentos veganos e vegetarianos e isso também impacta no preço, pois a gente vai precisar de produtos de agricultura familiar e produtos orgânicos", afirmou.
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Eller Oliveira, outro empresário de um dos estabelecimentos presentes no espaço, explicou complementando algumas das razões por trás dos valores cobrados.
"A gente passa por um edital, que mostra todos os custos que vão estar incluídos nisso. Desde questões legais, a gente tem que pensar em contrato, se tá tudo direitinho. A gente tem também a questão da padronização do espaço, porque todo esse espaço aqui, a gente tá pagando", disse Eller Oliveira
Ele ainda enfatizou que eventos internacionais e de grande padrão vão além do preço de alimentos, já que engloba gastos como mão de obra e logísticas de operação de manipulação alimentar ainda mais severas para evitar riscos à saúde e contaminação.
"Quando a gente coloca tudo isso, mais a mão de obra e a logística de estar aqui (bluezone), tem um horário específico para recolocar alimento e tudo gera um custo maior do que a gente imagina [...] Mas aqui o preço justifica porque a gente tem toda uma logística e investimento muito grande para estar no evento", relatou.
Gabriele Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com.
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