Após três meses fora do país, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) resolveu, enfim, retornar ao Brasil. É importante lembrar que ele não quis fazer a transmissão do cargo para o então presidente eleito, Lula (PT), em janeiro de 2023. Nesse tempo nos Estados Unidos, Bolsonaro viu uma queda significativa de sua presença da sua pauta pública, em especial a partir das ações golpistas de seus apoiadores no dia 08 de janeiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Bolsonaro também entrou em evidência, de forma negativa, com a divulgação de dados a respeito do uso do cartão corporativo, durante seu mandato como presidente da República (2019-2022), e também na até hoje mal explicada tentativa de ingressar no país com joias presenteadas pelo governo saudita, em 2021. Jair Bolsonaro convive com uma situação quase inédita – o fato de estar sem mandato público, após mais de 30 anos.
E esse retorno do ex-presidente ao Brasil foi, de certa forma, ofuscado pelas demandas coletivas mais importantes. O governo Lula, a partir de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), apresentou a proposta de arcabouço fiscal. A proposta do governo fixa mecanismos de ajuste e aponta para uma certa flexibilidade caso haja imprevistos no campo econômico. No texto que será encaminhado ao Congresso Nacional, o incremento na despesa pode ser de até 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores, entre outras questões.
Em outro episódio ocorrido ainda no final de março, deputados bolsonaristas solicitaram a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), para que ele prestasse alguns esclarecimentos. Mas a estratégia de colocá-lo em contradição para gerar vídeos nas redes sociais acabou dando errado, dada a maneira assertiva como Dino conduziu as suas respostas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Com tantas prioridades nos campos econômico e social, o presidente Lula demonstra correção ao priorizar as políticas públicas para resolver as questões mais urgentes e deixar questões eleitores e de polarização em segundo ponto. O Brasil precisa avançar naquilo que realmente é importante.