RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

É sempre a economia? Os bons sinais dos primeiros meses do governo Lula

Rodolfo Marques

É atribuída ao estrategista político James Carville, que atuou na campanha do então candidato à presidência dos Estados Unidos, Bill Clinton, a frase “It´s the economy, stupid!”. A expressão “É a economia, estúpido” emergiu no pleito presidencial estadunidense em 1992 e, na ocasião, a pauta em si teve grande peso na decisão dos eleitores, que optaram por Clinton, em detrimento do então candidato à reeleição e representante do Partido Republicano, George H. W. Bush. 

Trazendo para a realidade brasileira, costumeiramente a questão econômica destaca-se como um ponto essencial na avaliação de um governo e/ou em uma disputa eleitoral. Nesse sentido, ao completar um semestre de seu terceiro governo, o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) tem tido bons sinais e notícias importantes no campo econômico. Após alguns desacertos na articulação política e diante da necessidade de superar a “herança maldita” deixada pelo governo Bolsonaro (PL), passando pelo enfrentamento da ação de vândalos golpistas do 8J, o governo federal parece ter encontrado uma espiral positiva, com medidas pontuais e certeiras. 

O governo Lula tem priorizado os incentivos a processos que dinamizem a economia brasileira. No campo da regulação e da gestão dos gastos públicos, não há dúvidas de que houve um importante sinal para o mercado com o arcabouço fiscal – conjunto de regras propostas pela equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad, para trazer mais previsibilidade às finanças e aumentar a confiança dos atores envolvidos. 

Outro ponto representativo desse processo foi a retomada efetiva do comércio internacional. Ao abandonar alguns conflitos diplomáticos desnecessários, como os que Bolsonaro protagonizou com China e Argentina, por exemplo, Lula tem conseguido uma recuperação da imagem internacional do país e a ampliação das relações econômicas com parceiros importantes, tendo como resultado concreto a reconstrução da credibilidade. 

Ainda nesse debate, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem demonstrado sinais de queda, assim como a própria inflação – e influenciando a percepção dos brasileiros em relação ao governo. A mais recente pesquisa Genial/Quaest divulgou que, entre abril e junho, houve um aumento de 23% para 32% dos entrevistados que veem a economia brasileira melhorar nos últimos 12 meses. E a aprovação do governo avançou de 51% para 56%, entre os dois levantamentos

Nesse contexto, uma questão que tem tido reflexões na esfera pública é a ação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em relação às taxas de juros – ainda em 13,75 ao ano. Lula já desferiu várias críticas a Campos Neto nos primeiros meses de governo, destacando uma possível ação política deste em suas decisões. Para agosto, contudo, há uma previsão que as taxas de juros comecem a cair e a própria gestão de Campos Neto pode perder ainda mais espaço. 

Dessa forma, na possível manutenção de índices promissores na economia, Lula consegue reforçar ainda mais suas políticas sociais e amplia seu poder de barganha dentro do Congresso Nacional, além de enfraquecer as oposições e forças políticas que tentam desestabilizar o seu governo. 

Perenizar a duração de tal círculo virtuoso passa a ser um dos principais desafios da atual gestão federal. 

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