Brasil e a instabilidade política: os desafios do país para os primeiros meses de 2021 Rodolfo Marques 25.12.20 18h00 O ano de 2020, marcado pela pandemia da Covid-19, encerra-se com um cenário de muitas incertezas, dúvidas e ansiedade no campo político. Ao mesmo tempo, o ano de 2021, que se inicia, traz consigo uma carga intensa de conflitos no âmbito da política nacional. A primeira demanda, indiscutivelmente, refere-se à questão da vacina contra o novo coronavírus, em especial porque o Brasil não desenvolveu claramente um Plano Nacional de Imunização. Além disso, a postura do governo federal, com ações negacionistas e, muitas vezes, focada em disputas político-eleitorais, ainda gera muitas indefinições e angústia na maior parte da população. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido/RJ) transformou o enfrentamento à pandemia em um conflito com governadores e prefeitos – com vistas, exclusivamente, ao pleito de 2022. Alguns países latino-americanos, como Chile, Costa Rica e Argentina, iniciaram o processo de vacinação contra a Covid-19 ainda em 2020, a partir do estabelecimento de parcerias internacionais. Aliás, no final de 2020, o Brasil já tinha mais de 7 milhões de contaminações e mais de 190 mil mortes, sendo o segundo país do mundo em número de óbitos. O segundo ponto que desperta grande atenção é de que forma o Brasil vai lidar com a crise econômica que deve assolar o país em 2021. Os efeitos da pandemia devem ser mais fortes neste ano, principalmente com a suspensão do repasse do auxílio emergencial às populações mais carentes e das idas e vindas da agenda econômica do ministro Paulo Guedes. O governo federal não demonstrou mecanismos efetivos de combate à instabilidade econômica, os desgastes diplomáticos com a China emergiram – a partir de declarações desastradas do chefe do Itamaraty, Ernesto Araújo, e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-SP) – e o país perdeu credibilidade interna e externa. Há muitas dúvidas se o Brasil vai ter “remédios” eficazes para enfrentar a crise econômica. E o terceiro aspecto é o das eleições nas Mesas Diretoras nas Casas Legislativas. Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) deixam os comandos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal em 01 de fevereiro de 2021 e há uma grande mobilização de candidatos para ocupar tais funções. Na Câmara, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) tem o apoio do governo Bolsonaro, mas enfrenta um já articulado grupo de oposição, que ainda a definir seu candidato. Por trás desse grupo, há a força de Rodrigo Maia, que busca juntar grupos do PT ao PSL, entre outras agremiações partidárias. Os deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) são alguns dos favoritos para liderar o bloco e serem candidatos. No Senado, as pré-candidaturas ainda são muitas – de seis a nove –, sendo que Rodrigo Pacheco (DEM-MG) desponta como o provável preferido do Planalto. O comando das duas Casas é essencial para o controle da pauta no Poder Legislativo e também para as articulações do Poder Executivo, que vem falhando muito, também, nesse quesito da agenda política. Destarte, nesse cenário com tantas peculiaridades, o Brasil tende a ter muitas dificuldades em 2021. A expectativa maior é que disputas políticas possam ficar em segundo plano e que as demandas nacionais – por saúde, empregos e estabilidade econômica – sejam prioridades. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave rodolfo marques colunas política COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09