RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Bolsonarismo eleitoral seguirá competitivo sem Jair Bolsonaro? Algumas notas sobre o tema

Rodolfo Marques

Considerando-se todo o processo de desgaste imagético e político do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, e que comandou o país entre 2019 e 2022, ganha relevância nos debates a questão sobre quem será o substituto dele dentro do espectro ideológico da direita. A aparente iminência da inelegibilidade de Bolsonaro traz mudanças para o cenário político-eleitoral, em especial considerando-se o pleito de 2026. 

Antes de tudo, é importante que tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal apresentam bancadas significativas ligadas a Jair Bolsonaro. Todavia, poucos conseguem ter representatividade e relevância política, não somente pelas pautas, mas também pela maneira que se portam dentro dos espaços públicos. Alguns políticos recém-eleitos e que se elegeram na esteira do bolsonarismo, como os senadores Sérgio Moro (União Brasil-PR), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Marcos Pontes (PL-SP) e Damares Alves (Republicanos-DF), os deputados como Nikola Ferreira (PL-MG), acabam tendo suas aparições ofuscadas por questões mais importantes e por atores políticos com maior protagonismo.

No Senado, por exemplo, uma liderança que emerge como importante nome do bolsonarismo é Rogério Marinho (PL-RN). Ele tem conseguido agregar apoio e teve competitividade na eleição da Mesa Diretora do Senado, em fevereiro de 2023, com 32 votos – Rodrigo Pacheco (PSD-MG) teve 49 votos e foi reconduzido à presidência da Casa. Marinho foi secretário especial da Previdência Social e ministro do Desenvolvimento Regional durante a gestão Bolsonaro. 

No núcleo familiar de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o “03”, tem tido destaque e colecionado polêmicas. Ele pode tentar uma vaga no Senado, em 2026, ou mesmo compor alguma chapa presidencial. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o “01”, e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o “02”, tem sofrido alguns percalços em campos de investigação e não devem alçar voos mais altos – pelo menos, por enquanto. Já Michelle Bolsonaro, esposa de Jair Bolsonaro, tem tido muitas aparições públicas, preside o PL-Mulher e disputa também um espaço, em especial junto aos públicos feminino e evangélico. 

No âmbito dos governadores que estão ligados ao ex-presidente da República, os chefes dos executivos dos três principais colégios eleitorais estão em posições distintas. Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos-SP), governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, entre 2019 e 2022, aposta suas fichas em uma boa gestão no mais rico estado do país para ganhar dimensão no cenário político, para buscar, eventualmente, a candidatura à presidência da República. Em alguns momentos, ele tem tentado se afastar do chamado “bolsonarismo-raiz”. 

Romeu Zema (Novo-MG), que ocupa o seu segundo mandato como governador de Minas Gerais, tenta mostrar uma versão mais liberal em sua administração – buscando também manter bons índices de aprovação junto à população mineira. Por vezes, há mensagens dúbias em relação ao alinhamento ideológico. Já o governador Cláudio Castro (PL-RJ), que também se reelegeu em 2022, em primeiro turno, vem “patinando” nas próprias questões da gestão do Rio de Janeiro, além de enfrentar denúncias de corrupção.

Diante de um cenário instável em relação à situação jurídico-política de Bolsonaro, os seus principais apoiadores, ocupantes de cargos públicos, buscam “jogar as cartas” para ocupar o possível vácuo e disputar as preferências dentro do fenômeno político do bolsonarismo junto ao eleitorado brasileiro. 

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