CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Na hora H, Leão em vôo de Série A

Carlos Ferreira

Entre o custo que teria num vôo comercial e o que terá no vôo fretado, o Remo vai investir cerca de R$ 300 mil para fazer em três horas uma viagem que faria em 10 horas ao interior de São Paulo, de lá para Florianópolis e depois para Belém. Normalmente, essa operação custaria o dobro, mas teve expressivo desconto na negociação entre o executivo azulino Marcos Braz e a dona do avião, Leila Pereira, presidente do Palmeiras.

A viagem, em vôo direto, será de Belém a São José do Rio Preto, pertinho de Novo Horizonte. Assim, o Remo trata de minimizar o desgaste físico e mental dos atletas para ter o time com plena energia em campo, sábado, contra o Novorizontino, no que pode ser o jogo mais valioso do ano. Afinal, o acesso em disputa, se vier, pode acrescer mais de R$ 100 milhões às finanças do clube em 2026. Entre atletas, comissão técnica, direção e equipe de apoio, serão mais de 50 pessoas na delegação. Isso é padrão de Série A na hora H. É o Remo se arrojando nos bastidores para ter um time arrojado em campo na decisão do acesso. 

Após 40 trocas, Papão volta a ter um paraense como técnico

Charles Guerreiro, em 2010, foi técnico do Paysandu. Desde então, o clube teve 40 trocas de técnico e só agora volta a ter um paraense no comando do time, mesmo que interinamente. Ignacio Neto, 39 anos, natural de Belém, graduado em Educação Física e pós graduado em Gestão Esportiva, com mestrado em Geociências e licenciado como técnico pela CBF Academy, campeão mundial de futsal estudantil e já testado no futebol pela Tuna, ganha a sua primeira interinidade no Papão.

Ignácio Neto recebe um elenco rebaixado e em desmanche para enfrentar o líder da Série B, Coritiba, que faz o jogo do acesso. A missão é fazer o omelete com ovos de codorna. Se não tiver êxito, terá todos os descontos. Se tiver, se credencia para novas oportunidades.

BAIXINHAS

* Lecheva, Nad e Rogerinho Gameleira também foram interinos locais no comando técnico do Paysandu nos últimos 15 anos, mas nenhum deles paraense. Os últimos auxiliares que assumiram eventualmente foram o pernambucano Wilton Bezerra, o catarinense Guilherme dos Anjos e o paulista Sandro Forner. Charles Guerreiro, em 2010, foi campeão estadual e levou o Papão à decisão do acesso à Série B, mas perdeu para o Salgueiro.

* Novorizontino, adversário do Remo no sábado, não é o mesmo clube vice-campeão paulista de 1990. Aquele faliu em 1999. O atual foi fundado em 2010 e está na terceira disputa consecutiva por acesso à Série A. Foi o 5º colocado em 2023 e em 2024. Como está novamente no 5º lugar, a três rodadas do final, o time sofre pressão psicológica para o confronto direto com o Remo, quando pode entrar no G4 ou inviabilizar o tão sonhado acesso.

* Quem são os 16 jogadores que têm contrato com o Paysandu para a temporada 2026? O clube não informa, mas são os casos do goleiro Matheus Nogueira e do lateral Edilson. Deduz-se que também os últimos contratados: João Marcos, Carlos Eduardo, Ramon Vinícius, Denílson e Gustavo Nicola. É que o executivo Carlos Frontini, dispensado ontem, disse ao contratá-los que o atrativo foi o oferecimento de vínculo já para o ano que vem.

* É esperada a volta do meia Panagiotis contra o Novorizontino. Se o grego não iniciar o jogo, a vaga será de Jaderson ou de Natan Pescador. Pedro Castro vai substituir Caio Vinícius e Jânderson deve herdar a vaga de Diego Hernandez. Nos critérios de Guto Ferreira para as escolhas estão o ritmo de jogo, para manter a intensidade do time, e a fidelidade tática para fazer a engrenagem funcionar.

* Volante Nathan Camargo e o zagueiro Kayky Almeida no Remo e o zagueiro Thalyson no Paysandu. Atletas em início de carreira que Bragantino/SP e Fluminense emprestaram ao Leão, tal como o Coritiba cedeu Thalyson ao Papão. Vieram muito determinados a dar certo e conseguiram.

* Bem ao contrário, medalhões construíram débito nos dois lados da Almirante Barroso: Felipe Vizeu, Thiago Heleno, Ronaldo Henrique, Giovanni, PK, Espinoza, Delvalle, Martinez, Cavalerri e Benítez. Meio termo para Cantillo, Régis, Rossi.  

* Nathan Camargo foi tirado de uma campanha sem êxito na Série C, do Guarani, e transferido para uma campanha que tem tudo para colocá-lo na história do Remo, se o acesso à Série A for confirmado. Trata-se de um atleta de apenas 20 anos e potencial para uma bela carreira. 

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