Intensidade do futebol triplicada em seis décadas Carlos Ferreira 27.07.25 7h00 Dados levantados pela Escola Universitária de Educação Física de Poznan, na Polônia, revelam que a intensidade do futebol foi triplicada nos últimos 60 anos. Se na década de 1960 um jogador percorria entre 4 e 5 km nos 90 minutos, agora está na faixa de 12 a 15 km. Atualmente, o goleiro cumpre a quilometragem de um atacante dos anos 60. Por que o futebol se tornou tão acelerado e quais as consequências disso? A causa é o avanço científico e tecnológico dentro dos clubes. A preparação física foi absolutamente transformada. Se antes os atletas tinham treinos inspirados nas atividades físicas dos militares, num padrão aplicado igualmente a todos (exceção apenas para os goleiros), agora todas as atividades são planejadas e executadas sob a luz da ciência, por equipes multidisciplinares que tratam de qualificar alimentação, sono, regeneração muscular, poder de concentração... Tudo, enfim, que possa contribuir para a elevação do rendimento físico, técnico, tático e mental, além da inteligência emocional. Todo grande jogador é resultado de uma grande soma de fatores desenvolvidos ao seu redor por especialistas e com apoio de tecnologia avançada. Nos bastidores, o "jogo invisível" O que o público vê em campo, inclusive em Remo e Paysandu, é resultado do "jogo invisível" dos bastidores — o trabalho de dezenas de especialistas de diferentes áreas. Quem conhece o suporte científico e tecnológico dos dois grandes rivais de Belém se surpreende, embora a dupla Re-Pa tenha gritantes defasagens em comparação com os principais clubes do país. Tanto que sequer têm centro de treinamentos. Ainda estão no estágio de esboço de CT. A falta de estrutura adequada é agravada por uma mentalidade atrasada, principalmente nas categorias de base. Por isso, são clubes altamente importadores, em permanente gastança exagerada, com raros frutos exportáveis. BAIXINHAS A crescente celeridade física do futebol exige rapidez também no raciocínio para o cumprimento de funções táticas. Entra no jogo o potencial cognitivo. Jogadores que não sejam inteligentes o bastante para compreender e executar funções não se encaixam nas engrenagens, por mais que tenham talento e capacidade física. Na transformação do futebol — cada vez mais mecânico, no sentido da engrenagem tática, e intenso, no sentido da correria — fecharam-se as portas para revelações do Intermunicipal ou de competições suburbanas. O futebol, que era de jogadores talentosos, agora é de “máquinas humanas”. E isso não é uma comparação por saudosismo. É apenas constatação. Mapa de calor, GPS, exames de sangue para medir desgaste físico... Métodos avançados de monitoramento e análise servem à avaliação do condicionamento físico, da resistência e da recuperação dos atletas. Com base nessas informações são produzidos programas personalizados de treinamento, conforme a função de cada atleta, otimizando o desempenho individual e coletivo. Quem diz que futebol é onze contra onze está com a cabeça num passado distante. Quem insiste em ignorar as transformações não enxerga mais o jogo como ele é, não entende e muito menos explica suas questões. Mas futebol é evento para a interação de todos: para debate livre, para conhecimento, para achismo, para palpites. O Remo dá mais uma demonstração da ingerência da ciência no futebol ao instituir o jantar pós-jogo ainda no vestiário. Com nutricionista e chef de cozinha, o clube disponibiliza os alimentos mais apropriados no momento mais oportuno, visando melhorar a recuperação dos atletas após o desgaste do jogo. Já foi assim na quinta-feira, após o jogo contra o Avaí. Por erros na preparação, má conduta dos atletas fora de campo — ou pelos dois motivos —, o Paysandu de 2023 e o Remo de 2024 deram a impressão de que seriam rebaixados no Campeonato Brasileiro. Corrigidos os erros, os dois times reagiram e saíram do risco de queda à Série D para buscar o acesso à Série B. Papão nesta segunda contra o Athletic, em Belém, e o Leão na terça contra o Goiás, em Goiânia, pela 19ª rodada da Série B. Time bicolor ajustado e “voando” na performance física, mas enfrentando um adversário que chega nas mesmas condições. O time remista começa a voltar aos trilhos, ainda em adaptação às novas peças e ideias de jogo, mas agora dando sinais de encaixe. Tuna x Humaitá (AC) e GAS (RR) x Águia, neste domingo, às 17h. É a rodada que decide classificações e confrontos de “mata-mata” da próxima fase. Tuna já classificada; Águia depende só de si — desde que vença. 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