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CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Fracasso na gestão do sucesso

Carlos Ferreira
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Os fatos gritam e a história alardeia. Clubes paraenses têm fracassos recorrentes na gestão do sucesso. E isso vale reflexão sobre "ques" e "porques".

Em 1991, Paysandu campeão brasileiro da 2ª divisão. Meses depois, o time já irritava a torcida e o clube não avançou em nada. Foi lanterna na 1a divisão. Em 1992, o Remo de Artur e Luciano Viana, foi um "rolo compressor" na primeira fase do campeonato brasileiro e um fiasco na segunda fase. Eram as vaidades desmobilizando as equipes, tal como segue ocorrendo três décadas depois.

Por que? Amadorismo! Incapacidade de manter as cobranças, o foco, os compromissos... Comportamentos nocivos que se reproduzem de cima para baixo em forma de soberba e acabam entrando em campo.

Decolagem seguida de aterrisagem

Os três títulos nacionais do Paysandu, dois da Tuna, um do Remo e um do São Raimundo, além da gloriosa passagem do Papão pela Copa Libertadores,
dois vice-campeonatos nacionais do Papão e dois do Leão atestam operações de decolagem, seguida de aterrisagem.

A exceção foi o Paysandu no período de 2001 a 2004, com conquistas sucessivas. Por quê? Pelo comando firme de Givanildo Oliveira, que ao sair deixou lideranças sólidas num elenco que teve continuidade, ambição, qualidade e muito compromisso. Mas o ciclo de ouro só rendeu histórias. O clube não soube gerir o sucesso, não se engrandeceu na estrutura, não assimilou as lições e entrou numa sucessão de rebaixamentos, até passar sete anos na antiga Série C, que era a última divisão do futebol brasileiro.

BAIXINHAS

* Campeão da Série C 2005, o Remo já lutou contra rebaixamento no ano seguinte e caiu em 2007 e 2008, a ponto de ficar sem vaga nem na Série D. Sete anos de suprema humilhação. Vieram dois acessos, Série B em 2021 e rebaixamento imediato. Sempre, o sucesso como véspera do fracasso.

* Tuna, com dois títulos nacionais, ficou sem série por 15 anos no Campeonato Brasileiro e sete anos fora da elite estadual. O São Raimundo, de Santarém, foi campeão brasileiro da Série D em 2009 e rebaixado em 2010. Está sem vaga no Campeonato Brasileiro e na 2a divisão estadual.

* Por pura soberba, o Paysandu com o timaço da Libertadores conseguiu perder o título estadual para um Remo modesto, mas aguerrido. Também foi assim que o favoritíssimo Remo perdeu o estadual de 2021.

* Na mesma temporada, o Castanhal, melhor campanha geral entre 64 clubes da primeira fase da Série D, se embriagou com o sucesso, perdeu o chão e foi facilmente eliminado pelo Moto Club no "mata mata".

* Um caso gritante de amadorismo na relação com o sucesso foi do Remo na Copa Verde de 2015. Na decisão do título, goleou o Cuiabá numa quarta-feira, foi campeão paraense no domingo diante do Independente e entrou em farra geral. Nem voltou a treinar para a finalíssima, quando tomou 5 x 1 em Cuiabá e perdeu um título "ganho" que dava acesso à Copa Sul-Americana.

* Resgatar fatos que se relacionam e podem produzir reflexão foi a nossa intenção. Se a soberba é o veneno, o que seria o antídoto? Sem dúvida, a conduta profissional de comandantes e comandados, em quaisquer situações. Essa evolução precisa ocorrer na mentalidade para se traduzir em atitudes. Quem está disposto?

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Carlos Ferreira
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