X de Musk diz que falha técnica fez com que perfis bloqueados ficassem à mostra
Seis contas suspensas ficaram visíveis na plataforma

Foi enviado pelos representantes do X no Brasil ao Supremo Tribunal Federal (STF) esclarecimentos a respeito do relatório da Polícia Federal (PF) que indicou descumprimento de decisão judicial da Corte pela plataforma.
A corporação indica que o X permitiu que perfis bloqueados por ordens do ministro do STF Alexandre de Moraes transmitissem “lives” a partir de 8 de abril, em relatório encaminhado ao ministro no dia 19 de abril. Além disso, foi informado que seis contas suspensas ficaram visíveis na plataforma.
Em resposta, a plataforma afirma que uma falha “técnica, temporária, isolada e imprevisível” possibilitou que os perfis ficassem visíveis em alguns dispositivos, a depender do modo de acesso. A empresa informou que apenas eram visíveis as fotos de perfil e capa e a biografia dos perfis, não sendo possível verificar as publicações do usuário.
A corporação ainda disse que a falha operacional, embora tenha permitido o acesso limitado a elementos não essenciais das contas via aplicativo móvel, foi pontual e não representa uma violação das ordens judiciais proferidas pelo STF e TSE.
"A discrepância observada foi resultado de um problema técnico isolado, sem intenção das Operadoras do X de contornar ou de qualquer forma desrespeitar as decisões judiciais vigentes”, afirmou a empresa.
O X também informou em relação à exibição de lives pelos perfis, que a falha possibilitou que, por meio do acesso em dispositivos móveis, os usuários bloqueados colocassem links que levavam a outros sites onde a transmissão ao vivo era disponibilizada.
Os investigados utilizam uma estrutura da “milícia digital” fora do Brasil para conseguir burlar o cumprimento das medidas judiciais, de acordo com a PF. E com isso, “impulsionar o extremismo do discurso de polarização”, segundo os investigadores.
Aponta o relatório da PF que perfis, ainda que bloqueados, conseguiam sinalizar nas fotos o direcionamento para o Spaces, que conforme o gerenciamento do anfitrião os usuários do X conseguem se ouvir e serem ouvidos, através de uma sala de conferência virtual.
Segundo o X, depois que a manobra foi identificada, a plataforma passou a bloquear o ingresso de perfis bloqueados no Spaces. E, informou que nenhum perfil bloqueado usou a ferramenta, mas sim eram convidados a participar por meio de usuários que não têm nenhuma restrição judicial para usar a plataforma.
“A manobra colocada em prática pelos usuários investigados – em colaboração com esses terceiros – não sugere, de forma alguma, que houve autorização ou permissão das Operadoras do X para o uso da funcionalidade", afirma a plataforma.
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(*Suellen Santos, estagiária sob supervisão de Emilly Melo, reporter de Política e Economia)
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