Professor é demitido após cobrar que colegas usassem máscara em escola

Após alguns casos de covid e uma professora morrer por complicações da doença em uma escola do Distrito Federal, na volta às aulas presenciais um professor cobrou o uso de máscaras. Ele acabou demitido, segundo o Sindicato dos Professores de Escolas Particulares do DF (Sinproep), que denunciou o caso ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

De acordo com a entidade, o professor do Colégio Adventista de Planaltina sofreu represália e perseguição por pedir aos colegas que usassem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) contra a covid-19 durante as aulas presenciais.

O ofício do sindicato é endereçado à coordenadora do Grupo de Trabalho do MPT que trata do retorno das aulas presenciais na rede privada de ensino, Carolina Pereira Mercante. Segundo o Sinproep, o professor foi demitido “por cobrar da instituição de ensino melhores condições de trabalho, no que diz respeito ao cumprimento dos protocolos sanitários exigidos para as aulas presencias durante a pandemia da covid-19”, diz.

Segundo o sindicato, “uma demissão como esta configura um claro assédio moral no ambiente de trabalho, não só contra o professor demitido, bem como contra os demais professores da instituição de ensino”.

Resposta

Integrantes do Sinproep foram à escola apurar com alunos e professores sobre a situação e lá foram informados que o docente trabalhava na instituição havia quase 11 anos e chegou a ser coordenador e vice-diretor.

“Foi nessa escola que identificamos alguns casos de Covid. Uma professora morreu. Negociamos para que ficassem uma semana sem aula. Quando voltaram, o professor cobrou as máscaras e a demissão dele foi denunciada ao sindicato”, afirmou o diretor-jurídico do Sinproep, Rodrigo de Paula.

A diretoria da escola negou ao Sinproep que o desligamento tenha sido devido à cobrança de mais segurança sanitária. Alunos do professor fizeram um vídeo em homenagem a ele e pedindo o retorno dele.