Medicamentos à base de cannabis passarão a ser vendidos a partir de agosto em farmácias brasileiras
Atualmente o medicamento é importado diretamente pelos pacientes

A GreenCare vai começar a vender medicamentos de cannabis medicinal diretamente no varejo farmacêutico brasileiro a partir de agosto. A empresa é controlada por um dos maiores fundos globais especializados em negócios de cannabis, o Greenfield Global Opportunities. As informações são do portal CNN Brasil.
Evidências científicas indicam que derivados de cannabis (conhecida popularmente como a folha da maconha) têm aplicações em casos de doenças neurológicas, autoimunes, psiquiátricas e dores crônicas, mas a prescrição depende sempre da avaliação do médico.
Atualmente o medicamento é importado diretamente pelo paciente e a venda à pronta-entrega tende a acabar com a longa espera pela medicação.
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“Exportar o medicamento diretamente para cada paciente é um processo moroso, que tem de ter a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e demora 25 dias, desde que o item é colocado no avião até a entrega no Brasil”, explica Martim Prado Mattos, presidente da farmacêutica e controlador do fundo.
Hoje, a companhia e a maior parte do mercado trazem do exterior esse tipo de medicamento para as pessoas físicas no Brasil. A farmacêutica tem 17 medicamentos à base de cannabis produzidos por fornecedores na Colômbia, Estados Unidos e Israel.
Esses medicamentos são armazenados em centros de distribuição fora do Brasil, e chegam ao país por meio da importação feita por pessoas físicas que precisam apresentar autorização da Anvisa. É um mercado estimado em 75 mil pacientes no país e a companhia já atende a cerca de 20 mil. Com a venda no varejo, espera dobrar essa fatia até o fim de 2023.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Canabinóides (BRCANN), a importação desses remédios movimenta hoje R$ 250 milhões por ano. Em cinco anos, a expectativa de Mattos é de que o setor gire R$ 700 milhões.
“Vamos dar um passo adiante: sair do uso compassivo para a regulação da cannabis”, diz o executivo, fazendo referência à mudança de atuação da exportação para a venda no varejo.
O presidente da farmacêutica conta que a empresa negocia a comercialização dos medicamentos no varejo com cinco redes de farmácias, e já tem um contrato fechado. Mas, pelas regras do negócio, não revela quais são as varejistas.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).
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