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Laudêmio: entenda sobre a taxa que moradores de Petrópolis pagam para os herdeiros de Dom Pedro II

Após o temporal da última terça-feira (15), que resultou em mais de 150 mortes, a Taxa do Príncipe, como é chamada, tem sido cada vez mais questionada

O Liberal

Popularmente chamado de "taxa do príncipe", o laudêmio tem sido cada vez mais questionado por brasileiros nas redes sociais. Trata-se de uma taxa criada em 1847, prevista em Lei, que garante a cobrança de um percentual de 2,5% para cada transação de imóvel na região em que ficava a Fazenda Córrego Seco, em Petrópolis. Esse valor, obrigatoriamente, é repassado aos herdeiros de Dom Pedro II, que foi imperador do Brasil. A cobrança é feita pela Companhia Imobiliária da cidade, administrada pelos familiares da antiga família real. As informações são do G1 da Região Serrana.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSB) apresentou à Câmara dos Deputados, a última sexta-feira (18), um projeto de lei para destinar o laudêmio às vítimas das enchentes no município, garantindo que o imposto passe a ser repassado à Prefeitura de Petrópolis, que terá a obrigação de utilizar o dinheiro em políticas públicas de prevenção e combate a desastres ambientais.

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"Não faz sentido, em pleno século XXI, os moradores de Petrópolis pagarem uma taxa que só beneficia os descendentes do Imperador Dom Pedro II", declarou o parlamentar.

Nas redes sociais, o assunto também ganhou destaque. Enquanto a cidade sofre com a perda de mais de 150 vidas após o temporal da última terça-feira (15), a autointitulada Casa Imperial do Brasil publicou uma mensagem divulgada no perfil de Bertrand de Orleans e Bragança (herdeiro de D. Pedro), manifestando pesar pelas vítimas da tragédia.


Segundo o texto, a autointitulada família imperial estava profundamente consternada "com os terríveis danos causados pelas fortes chuvas em Petrópolis". Também diz que a família "está sempre disposta a servir ao seu povo, oferecendo orações e solidariedade a todos que vêm sofrendo".

Críticas

Porém, o texto veio acompanhado de uma enxurrada de comentários com críticas à cobrança da taxa.

Diante da reação negativa, o autointitulado príncipe imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, negou, pelas redes sociais, que a sua família mais próxima receba laudêmio, a chamada “taxa do príncipe”.


“Meu saudoso pai, o Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil entre 1921 e 1981, vendeu todas as suas ações da dita Companhia Imobiliária ainda na década de 1940”.

Ele ainda publicou imagens do sobrinho, a quem chama de Dom Rafael, acompanhando a entrega de donativos àqueles que sofrem com a tragédia em Petrópolis. “São doações de beneméritos monarquistas do Rio de Janeiro, agindo sob a orientação e o incentivo da Família Imperial”, escreveu.

Brasil