Homem é condenado após anunciar a ‘venda’ de um homem negro na internet: ‘escravo baratinho’
Acusado e vítima faziam parte da mesma igreja; defesa afirma que era ‘brincadeira’
Um homem do município de Irati, no interior do Paraná, foi condenado por anunciar a “venda” de um homem negro como “escravo” na internet. Ele responde pelo crime de injúria racial e terá que pagar 365 horas de serviços comunitários, conforme decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (PR, SC e RS), de 14 de fevereiro.
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A publicação foi feita no Facebook, com um link que direcionava o usuário para o site de vendas Mercado Livre, onde estava o anúncio. Na descrição, o criminoso “oferecia” um homem negro.
“Negro, africano legítimo, único dono, bom estado de saúde. Serviços. Animais. Transporte. Alguém precisa de um escravo baratinho?”, dizia o anúncio.
A defesa do condenado alegou que não teria provas o suficiente para configurar o crime de injúria racial e que tudo não se passava de uma “brincadeira”, já que ambos se conheciam. Segundo o Ministério Público Federal, o acusado e a vítima frequentavam uma mesma igreja.
Segundo o juiz do TRF-4, Danilo Pereira Júnior, ainda que o réu afirme não haver pretendido menosprezar a vítima, a admissão no interrogatório de que ele enviou o anúncio de forma privativa à vítima já configura crime. “A alegação de que estava praticando espécie de humor ou brincadeira, não serve para afastar o delito”, resumiu.
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