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Grupo que induzia suicídio em todo o país é alvo de megaoperação da Polícia Civil

Criminosos ensinavam às vítimas diversas maneiras de tirar a própria vida

O Liberal
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Um grupo criminoso que agia por meio do Whatsapp incentivando jovens a cometerem suicídio foi preso na última quarta-feira (29) pela Polícia Civil do Distrito Federal. Intitulado “CTBus” (catch the bus, gíria em inglês que faz referência ao suicídio), os membros compartilhavam orientações para quem quisesse tirar a própria vida. Eles também usavam a Dark Web e o Telegram para propagar as mensagens. Além do DF, foram expedidos mandados de prisão e de busca e apreensão no estados de Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. As informações são do portal Metrópoles.

O ponto de partida das investigações foi a morte de uma jovem de 21 anos, em 3 de fevereiro deste ano, em Paranoá. A vítima era aficionada em jogos on-line e participava de um grupo no WhatsApp criado pelos criminosos. Ela veio à óbito após consumir uma substância tóxica ao corpo humano com o intuito de testar os efeitos em seu organismo para possibilitar um futuro possível autoextermínio.

Mas ao perceber que o que era para ser apenas um teste estava evoluindo para um quadro grave, a jovem pediu socorro aos pais e revelou o que tinha acontecido. Ela chegou a ser atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros e levada a um hospital da região. Os médicos informaram que a paciente precisava tomar um medicamento chamado Azul de Metileno para reverter o quadro de intoxicação. Familiares da jovem percorreram farmácias e outros hospitais na tentativa de encontrar o medicamento, sem sucesso. Às 3h40 ela faleceu, depois de agonizar por duas horas.

Gatilho

Segundo a mãe da vítima, há cinco anos a jovem sofria de depressão profunda e estava sendo acompanhada por especialistas e pela família. A gamer cursava faculdade, fazia estágio e frequentava uma academia. “Ela tinha uma depressão profunda, mas esse grupo incentivou. Eu li muita coisa, porque o computador estava aberto no dia. Não foi decisão dela. Ela falou que era um teste e pediu socorro para gente. E perguntei: como você faz um teste para morrer? E ela disse: foi só um teste mãe”, contou.

Medo de serem pegos

Os pais acreditavam que ela estava se recuperando e não tinham conhecimento da relação da filha com o grupo criminoso. “É muito doído para gente. Eu tento ser forte, mas é só uma capa”, contou a mãe. A família manteve ligados o computador e o celular da jovem, onde estavam as conversas mantidas com o “CTBus”. Todo o material foi entregue à policia e usado para identificar e prender os membros do grupo.

Foram identificados quatro integrantes mais atuantes e envolvidos com o caso da morte da jovem. Na casa de um dos investigados, no interior de São Paulo, foram apreendidos um frasco com uma substância tóxica, celulares e computadores. “Para mim, a prisão foi um alívio, mas não vai trazer a minha filha de volta. Não vai acabar com a dor que estou sentindo. Porque ninguém tem ideia do que a gente está passando. Para as outras pessoas passou muito tempo. Para mim, não. Para mim, o tempo parou naquele dia”, afirmou.

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