Governo Lula omite queda no número de beneficiários do Bolsa Família em propaganda

Texto do Ministério do Desenvolvimento destaca a inclusão de 1,3 milhão de beneficiários, mas houve queda de 700 mil pessoas desde 31 de dezembro de 2022

O Liberal
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Nesta terça-feira (18), o Ministério do Desenvolvimento divulgou um comunicado que induz o leitor a acreditar que houve um aumento no número de beneficiários do Bolsa Família. Sob o título "Busca ativa garante inclusão de 1,3 milhão de famílias no Bolsa Família", o governo omite que, em 31 de dezembro de 2022, último dia do governo de Jair Bolsonaro, havia 21,6 milhões de beneficiários no programa. Atualmente, o total é de 20,9 milhões, representando uma queda de 700 mil famílias. Além disso, o ministério não menciona a redução do valor médio do benefício, que passou de R$ 705 em junho para R$ 684 em julho.

Ao longo do ano, houve uma redução nos benefícios concedidos a famílias que o governo considera não atenderem aos requisitos do programa. Somente em março, foram anunciadas 1,5 milhão de exclusões, totalizando 2,7 milhões de cadastros removidos.

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No comunicado, o Ministério do Desenvolvimento, liderado pelo petista Wellington Dias, começa afirmando: "Desde março, quando o Bolsa Família foi relançado pelo governo federal, 1,3 milhão de famílias foram incluídas no programa". Essa abordagem pode levar o leitor a entender que o número total de beneficiários aumentou em 1,3 milhão, o que é uma interpretação equivocada.

Em 2 de março de 2023, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) formalmente alterou o nome do programa de Auxílio Brasil para Bolsa Família. No entanto, o comunicado de Wellington Dias celebra o sistema de busca ativa de beneficiários sem mencionar em nenhum momento que houve uma diminuição no número total de famílias atendidas desde a posse de Lula como presidente.

Ministro explica: "encontramos muitas pessoas com renda elevada"

Questionado pelo Poder 360 sobre o comunicado, o ministro Wellington Dias confirma a redução no número total de cadastros e explica: "São 1,3 milhão de famílias em situação de extrema pobreza que não conseguiam se cadastrar e não recebiam o Auxílio Brasil desde março. Porém, durante a atualização do cadastro, encontramos muitas pessoas com renda elevada, algumas com salários de até R$ 10 mil ou R$ 14 mil, e outras comprovadamente falecidas. Também identificamos casos de inscrições duplicadas de membros da mesma família. Por esses motivos, houve o desligamento de 2.700.000 famílias, o que explica a redução".

O governo Lula optou por pagar um benefício médio maior por família, mas atendendo a um número menor de famílias a partir de 2023, quando o programa voltou a ser chamado de Bolsa Família. Até 31 de dezembro de 2022, o valor médio pago por família era de R$ 670. Em junho, esse valor aumentou para R$ 705 devido a pagamentos extras para filhos menores e para casos em que a mulher está grávida. Porém, em junho, esse valor diminuiu novamente para R$ 684.

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