CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Fisiculturista é impedida de usar banheiro feminino ao ser confundida com mulher trans em academia

Kely Moraes, de 45 anos, foi alvo de xingamentos e constrangimento em unidade da academia Selfit, em Boa Viagem, Pernambuco

Hannah Franco | Especial em O Liberal
fonte

A personal trainer e fisiculturista Kely Moraes, de 45 anos, viveu uma situação de constrangimento e violência verbal na manhã da última segunda-feira (26), ao ser impedida de utilizar o banheiro feminino de uma academia de Recife, em Pernambuco. A profissional, que é mulher cisgênero, foi confundida com uma mulher trans e alvo de comentários transfóbicos e agressões verbais.

Kely contou que havia acabado de sair do banheiro feminino quando foi abordada por uma aluna, que afirmou que ela não deveria estar utilizando aquele espaço. Um homem que acompanhava a aluna se juntou à confusão, impediu fisicamente o acesso da personal ao local e reforçou os insultos.

VEJA MAIS

image Justiça condena Marinha a indenizar homem trans obrigado a usar uniforme feminino
Decisão ainda pode ser contestadano Superior Tribunal de Justiça (STJ), que poderá reavaliar a legalidade da indenização

image Mulher trans é espancada por cinco homens que se incomodaram com a presença dela em quiosque
Dois agressores foram presos em flagrante. Vítima foi levada ao hospital com ferimentos graves pelo corpo

“Eu nem estava acreditando que aquilo estava acontecendo. Achei que era brincadeira. Já tinha usado o banheiro e estava descendo as escadas quando fui surpreendida. Ela disse: ‘Você não pode usar aquele banheiro. Não é lugar para você’”, relatou Kely.

A situação foi registrada em vídeo e circula nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver a aluna pedindo que Kely mostre a identidade para provar que é mulher, enquanto uma cliente grávida sai em sua defesa. “Mostra a sua identidade, Kely, pra provar a ele também. Tu é ridículo. Ela é mulher”, diz a aluna, indignada com a abordagem.

O homem envolvido na agressão afirma, em tom discriminatório, que existe um banheiro “inclusivo” no andar de baixo para ela. “Num tem um banheiro pra ela. Num tem um banheiro lá embaixo pra ela”, diz ele. Kely rebate: “Eu sou o quê?”, ao que ele responde: “Mulher inclusa. É inclusivo lá embaixo.”

 

@eucurtorecife A personal trainer Kely, conhecida como “Treinadora Monster”, foi impedida de usar o banheiro feminino em uma academia em Recife após ser confundida com uma mulher trans. Kely Moraes contou que tinha acabado de sair do banheiro feminino quando foi abordada por uma aluna do estabelecimento, que a xingou. Em seguida, um homem se juntou à agressora e até bloqueou a entrada do local para impedir que a vítima entrasse. “Ela disse que eu não podia ir no banheiro, e eu perguntei por quê. Ela disse ‘não é lugar para você’ e eu perguntei, novamente, por quê. Ela disse que o banheiro de homem era lá embaixo. Disse ‘você é trans, mas é um homem’. Eu me alterei um pouco e minha aluna, que está grávida, chegou, pegou a conversa no meio do caminho e ficou muito nervosa”, contou. A personal trainer filmou parte da confusão. No vídeo, é possível ouvir a aluna dizendo para a vítima mostrar a identidade ao agressor, que aparece vestindo uma regata preta, com uma garrafa rosa na mão. Um professor da academia tenta acalmar os dois. Kely Moraes trabalha como personal trainer há três anos. Ela contou que é fisiculturista e, por causa do porte físico, já teve a identidade de gênero questionada outras vezes. “Por ser fisiculturista, nosso corpo é diferenciado, e isso é relativamente normal acontecer, as pessoas olharem feio. #recife #viral ♬ som original - EuCurtoRecife

 

Kely, que tem 1,75m de altura e um porte físico marcado pelo fisiculturismo, contou que já passou por situações semelhantes, mas nunca com esse nível de agressão. "Ela disse que eu não podia ir no banheiro, e eu perguntei por quê. Ela disse 'não é lugar para você' e eu perguntei, novamente, por quê. Ela disse que o banheiro de homem era lá embaixo. Disse 'você é trans, mas é um homem'. Eu me alterei um pouco e minha aluna, que está grávida, chegou, pegou a conversa no meio do caminho e ficou muito nervosa", contou.

A personal trabalha há três anos como treinadora e é mãe de uma jovem de 25 anos e avó de um menino de 7. Ela relatou que, no dia seguinte ao episódio, sequer conseguiu sair de casa. “Eu não vou esquecer isso. É uma dor que fica. Mas não vão me calar. Eu sei quem eu sou”, afirmou.

O caso foi registrado pela Delegacia de Boa Viagem, como constrangimento ilegal, vias de fato e ameaça. A Polícia Civil informou que um inquérito foi instaurado e as investigações seguem até a completa elucidação dos fatos.

Em nota, a rede Selfit afirmou que repudia qualquer forma de preconceito, discriminação ou violência, e que lamenta profundamente o ocorrido em uma de suas unidades. A empresa não informou se os envolvidos foram identificados ou se alguma medida disciplinar foi adotada até o momento.

Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Brasil
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BRASIL

MAIS LIDAS EM BRASIL