Equipe médica entrega rim de jovem dentro de saco plástico; família processa hospital

A família de um jovem de 21 anos teve uma surpresa desagradável após a equipe médica entregar um dos rins do rapaz em um saco plástico, no último sábado (23). O caso aconteceu dentro do Hospital Menandro de Faria, Lauro de Freitas, na Bahia. Jeferson Bispo precisou passar por cirurgia de emergência após ser baleado enquanto trabalhava como motorista de aplicativo. O órgão retirado precisaria ir para a biópsia, mas foi entregue sem condições sanitárias. As informações são do site Correio. 

A família alega que não teve orientação sobre o procedimento e que o Hospital deu prazo de dois dias para entrega do resultado. O pai do jovem, Luciano Bispo, falou sobre o momento. “Nem dormir direito a gente consegue. A maior preocupação era a saúde dele, é o que a gente espera de melhor. Mas quando se depara com uma situação dessa, a gente fica sem chão. Meu filho foi tratado como nada”, lamentou.

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Jefferson continua na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e a saúde é estável. A família buscou na justiça uma forma de reparo pelos danos. A orientação médica é que o órgão esteja dentro de um pote climatizado para conservação e a equipe esclareça como deve ser o prosseguimento para a biópsia.

A esposa do paciente, Andreza Andrade, falou que foi ela quem recebeu o rim no plástico. “Na hora eu fiquei em choque. Comecei a tremer e chorar. Aí ela [profissional de saúde que cuidava do caso] falou que não tinha necessidade para desespero porque foi tirado um rim somente e ele tinha o outro”, afirma.

Andreza ainda conta que foi descuidada até a maneira que o saco plástico foi entregue para a família. “Quando cheguei lá [no hospital para visita], uma moça deixou dois sacos. Em um estava a roupa dele e o outro achei que era a bala [projétil]. Peguei o saco e saí para uma salinha, quando cheguei na salinha veio uma médica e me explicou que no saco teria um órgão do meu marido”, relembra.

Segundo os familiares, houve falha também nas informações sobre o caso do rapaz, que ficou com uma bala na região do tórax – e com perfuração no fígado e estômago. O diretor do hospital entrou em contato para se desculpar. Reconheceu que o procedimento foi errado e esclareceu que as informações sobre o procedimento deveriam ser passadas com clareza aos familiares.

Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) reconheceu que houve falha no fluxo de atendimento e afirmou que a função já está sendo corrigida.

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), Otávio Marambaia, classificou o episódio como "uma situação precária, danosa e constrangedora para o paciente".