CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Doenças raras acometem 13 milhões de brasileiros

Ministério da Saúde aumenta assistência médica aos doentes oferecendo novos tratamentos por intermédio do Sistema Único de Saúde

Keila Ferreira
fonte

No Brasil, treze milhões de pessoas são consideradas raras por possuírem algumas das cerca de oito mil doenças raras já catalogadas. O Ministério da Saúde afirma que tem investido cada vez mais na assistência desses casos, como fibrose cística, esclerose múltipla e doença falciforme. Ano passado, foram ofertados, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) novos tratamentos para dez diferentes tipos de doenças raras.

Para ser considerada rara, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença deve afetar até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos. Cerca de 80% das doenças raras no mundo são de causa genética e 20% de causas ambientais, conforme estimativas. Em muitos casos, não existe tratamento ou informações científicas e faz-se necessário o acompanhamento por profissionais capacitados.

O SUS publicou oito Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas (PCDT), que são documentos que uniformizam o atendimento, assistência, monitoramento e tratamento para essas doenças, e habilitou nove Serviços de Referência voltados para essa população no país.

Houve ainda, nos últimos anos, a incorporação de 15 exames de biologia molecular, citogenética e imunoensaios para diagnóstico de doenças raras, além do aconselhamento genético e procedimentos de avaliação diagnóstica.

Segundo o Ministério da Saúde, como 80% dos casos são de origem genética, o início da manifestação dos sintomas pode ocorrer durante a infância e exames de triagem neonatal, conhecido como teste do pezinho, também ofertados nas unidades públicas de saúde, podem detectar algumas delas antes mesmo de haver sintomas, sinais e lesões irreversíveis. A descoberta precoce e uma abordagem adequada podem reduzir as complicações e sintomas das doenças raras, melhorando a qualidade de vida da pessoa.

Para o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a cura para doenças raras é um desafio da ciência. “A esperança da medicina, no entanto, é a terapia genética”. Ele diz que o SUS conta com a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, que prevê rede de atendimento para prevenção, diagnóstico, reabilitação e tratamento pelo SUS.

“Isso envolve pesquisa, cadastramento de centros de referência em cada estado, para que possamos ter especialistas em genética e nas terapias que antigamente eram muito raras e que agora, gradativamente, a ciência começa a desvendar”, avalia.

O ministro acredita que o avanço nessa área pode chegar por meio da Plataforma Nacional do Genoma Brasil, que pretende mapear o gen dos brasileiros. “Poderemos identificar quais são aqueles grupos que têm no aconselhamento genético, na terapia gênica, na terapia de precisão, as melhores oportunidades para as soluções que a ciência traz às doenças raras”, explica.

Frequentemente, os Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas – que incluem recomendações de condutas clínicas, medicamentos, produtos e procedimentos nas diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde - são publicados e atualizados pelo Ministério da Saúde, com objetivo de orientar médicos e outros profissionais da área.

Ao todo, 154 PCDTs já foram publicados pelo Ministério da Saúde, sendo 46 destinados exclusivamente a tratar as pessoas com doenças raras. Além dos oito publicados em 2019, para doenças como Esclerose Múltipla, Acromegalia e Atrofia Muscular Espinhal (AME), outros seis estão em elaboração para Doença de Fabry, Doença de Niemann-Pick Tipo C, Doença de Pompe, Epidermólise Bolhosa, Homocistinúria e Deficiência Intelectual.

Também foram incorporadas, em 2019, dez novas tecnologias ao sistema público para o tratamento desses pacientes, entre eles o medicamento Emicizumabe, destinado a pessoas com Hemofilia A e inibidores ao fator VIII refratários ao tratamento de imunotolerância e a Citometria de Fluxo para diagnóstico de Hemoglobinúria Paroxística Noturna.

Além dos medicamentos e outras tecnologias, há os exames genéticos, tendo sido incorporados quinze exames de biologia molecular, citogenética e imunoensaios para diagnóstico de doenças raras e 22 medicamentos, desde 2014.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Brasil
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BRASIL

MAIS LIDAS EM BRASIL