Denúncias de pornografia infantil crescem 77% devido à propagação da inteligência artificial

O crescimento bateu o recorde dos últimos 17 anos, de acordo com a organização SaferNet

Thaís Neves
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Dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da SaferNet apontaram, nesta terça-feira (06), que as notificações de imagens que contêm abuso e exploração sexual infantil, conhecida como pornografia infantil, cresceram 77% e bateram recorde nos últimos 17 anos. Esse é o número mais alto (71.867) desde que a SaferNet começou a receber denúncias.

Os indicadores de violações de direitos humanos e outros crimes, o que inclui a pornografia infantil, também aumentaram 48,7% de um ano para outro, com 101.313 notificações no ano passado. Os relatos, links e materiais das denúncias, que são encaminhados ao MPF (Ministério Público Federal) para investigação, começaram a ser recebidos em 2006.

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Segundo a organização, um dos fatores que podem explicar os recordes de denúncias, é a introdução da Inteligência Artificial generativa para criar conteúdo de exploração infantil. Há também a proliferação da venda de pacotes de conteúdo autogerado por adolescentes e demissões em massa nas big techs que atingiram equipes de segurança e moderação das plataformas.

Ainda de acordo com a organização, na lista de crimes denunciados, o que apresentou maior aumento foi o de xenofobia (252%), que passou de 4.030 registros em 2022 para 14.196 em 2023, seguido pela pornografia infantil. Houve queda nas notificações de racismo (-20,4%), LGBTfobia  (-60,6%) e misoginia (-57,6%), que está caracterizada por conteúdos de violência ou discriminação contra mulheres.

O combate a esses tipos de crime é um dos pontos no extenso debate sobre a regulação de plataformas, em frentes como a exigência de moderação de conteúdo e a mudança de mecanismos que favorecem a propagação de ódio.

O último recorde de denúncias de abusos e exploração infantil foi em 2006, devido a uma explosão de conteúdos que circulavam pelo Orkut, que era a rede social mais popular do Brasil. Na época, o Google, então dono da plataforma, assinou um acordo com o MPF para entregar informações dos criminosos às autoridades.

Em 2020 e 2021, período de quarentena da pandemia da Covid-19, houveram picos da distribuição deste tipo de conteúdo ilegal, devido ao aumento das interações virtuais e de exposição em ambiente digitais, o que elevou também a quantidade de denúncias.

Veja como denunciar abusos online

A organização SaferNet tem um canal de denúncias anônimas. Para registrar um caso, é necessário acessar denuncie.org.br, colar o link do endereço da internet que a pessoa acredita que deva ser investigado e seguir os passos indicados na plataforma.

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